EUA acreditam que é pouco relevante a capacidade da Coreia do Norte vender munições à Rússia
O principal oficial militar norte-americano considerou ontem que a Coreia do Norte pode ter capacidade para aumentar o fornecimento de munições de artilharia à Rússia, mas que isso faria pouca diferença na guerra contra a Ucrânia.
Na Noruega, onde vai participar nas reuniões da NATO que começaram ontem e se concentrarão no conflito na Europa, o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das forças norte-americanas, disse que a recente reunião na Rússia entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, provavelmente levará a Coreia do Norte a fornecer munições de artilharia de 152 mm da era soviética a Moscovo.
Se "faria uma diferença enorme? Sou cético em relação a isso", referiu Milley, salvaguardando que, sem querer minimizar muito essa possível assistência armamentista, duvida que ela seja "decisiva".
Os Estados Unidos disseram suspeitar que a Rússia quer comprar armas a Pyongyang para usar na guerra contra a Ucrânia, enquanto a Coreia do Norte quer adquirir tecnologias para os programas nuclear e de mísseis.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reuniu-se com Kim Jong-un na quarta-feira no cosmódromo de Vostochny, no extremo oriente russo.
Washington advertiu Pyongyang de que sofrerá consequências se contribuir para o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.
Milley e os outros chefes de defesa dos países da Aliança Atlântica estão reunidos em Holmenkollen, nos arredores de Oslo, para discutir o apoio à Ucrânia e outras questões de defesa regional.
Da Noruega, Milley parte para a Alemanha, para a reunião mensal do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, na terça-feira, grupo liderado pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e que é o principal fórum internacional para angariar apoio militar a Kiev.
As reuniões ocorrem numa altura em que as forças ucranianas estão a fazer progressos lentos, rompendo as linhas de batalha russas, numa contraofensiva que não avançou tão rapidamente ou tão bem como inicialmente esperado.
Milley disse que há uma necessidade contínua de mais armas e equipamentos na Ucrânia e que aliados e parceiros discutirão como responder a essa necessidade, manifestando-se confiante de que continua a haver um amplo apoio bipartidário nos Estados Unidos e no Congresso norte-americano para a ajuda.
A questão será um tema central em Washington na próxima semana, quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitar a Casa Branca e o Capitólio durante a sua viagem aos Estados Unidos para participar no debate anual da Assembleia Geral da ONU.