Regionais 2023 Madeira

“Leviandade do Governo é ofensa para quem trabalha”, diz o Chega

None

Convidado a fazer um balanço do dia de campanha, na sequência de visitas aos concelhos de Santa Cruz e Machico, o presidente do Chega-Madeira, Miguel Castro, abordou as questões económicas e a habitação, tecendo críticas ao executivo regional PSD/CD.

“É pena que o governo insista no discurso de que somos uma sociedade rica, pois isso é um insulto para os muitos que estão a lutar para sobreviver”, declarou o candidato às Regionais de dia 24.

Durante a acção de campanha, Miguel Castro realçou as preocupações que lhe foram transmitidas “por muitos dos habitantes”.

“Foi-nos transmitida uma sensação generalizada de que a vida está muito mais difícil e de que tudo está muito mais caro, não só nos combustíveis e produtos de consumo, mas também no mais básico, começando mesmo na alimentação”, apontou.

“São muitas as pessoas que estão a sentir dificuldades, que têm de fazer escolhas difíceis, que não sabem como é que vão manter uma vida nos termos actuais e que temem pelo bem-estar dos seus filhos e daqueles que dependem de si. As pessoas olham à sua volta e, além de não encontrarem sinais de esperança, vêem e ouvem um Governo Regional a dizer que está tudo bem, que a economia está a crescer e que a Madeira é o paraíso na terra”, acusou.

No mesmo registo, Miguel Castro apontou ao presidente Miguel Albuquerque e ao secretário da Economia, Rui Barreto, culpados de “insensibilidade social e avareza política”.

“O presidente do Governo e também o secretário da Economia prestam um péssimo serviço à Democracia quando vêm a público dizer que a economia está a crescer há meses a fio e que a Madeira é uma terra onde as empresas lucram milhões. Porque, a eles, nada lhes falta e atravessam as comunidades de motorista e com os vidros fechados, a sua visão da realidade é um autêntico logro e típica de quem passa, de manhã à noite, a pensar em si, nos seus amigos e em como se vai manter agarrado ao poder. Gente como esses dois políticos não têm a mínima ideia da vida real do cidadão comum”, enfatizou.

Para o Chega, “a Região só irá iniciar um ciclo de retoma quando aqueles que nos puseram nesta situação forem despedidos das funções que exercem”.

A concluir, o líder regional do partido abordou também as queixas que lhe foram transmitidas pela população, no que toca os problemas que muitos estão a sentir em manter e comprar casa.

“A especulação descontrolada que está a ser promovida por certos agentes do sector imobiliário e a postura totalmente desumanada da banca criaram uma situação de infeliz ruptura com o cidadão, pois a verdade é que os madeirenses não conseguem pagar os preços injustificáveis que estão a ser praticados no sector imobiliário, nem corresponder às exigências irrealistas dos bancos”, disse.

Como resultado, os “cidadãos estão a ver o melhor desta terra a ser vendido a retalho ao investidor mais chorudo, enquanto os que cá nasceram são corridos para as periferias ou remetidos para a casa dos pais”, argumenta.

“Face a isto, o governo nada faz e diz que é ‘o mercado a funcionar’. Ora bem, se o governo se limita a isto, então para que é que existe? Será que tem ideias para ajudar o cidadão ou só governa para familiares e amigos?”, interroga Miguel Castro.