MPT defende aumento salarial para mudar vidas no Bairro da Nogueira
O cabeça de lista do Movimento Partido da Terra às eleições legislativas da Madeira considerou hoje urgente o aumento dos salários para ajudar a mudar a realidade do Bairro da Nogueira, na Camacha, um dos mais problemáticos da região.
Em declarações à Lusa no âmbito de uma ação de campanha que vai realizar hoje à tarde para ouvir os problemas das pessoas que vivem no Bairro da Nogueira, na vila da Camacha, no concelho de Santa Cruz, Válter Rodrigues disse que, apesar de ter sofrido obras de reabilitação, os problemas de pobreza, alcoolismo e toxicodependência mantêm-se.
"O Bairro da Nogueira é um dos bairros mais problemáticos que a região tem. Na maior parte das famílias que ali vive há problemas de alcoolismo, toxicodependência, casos de violência doméstica, outros têm filhos presos. A nossa visita hoje tem por objetivo ouvir as pessoas, ouvir os seus problemas", disse.
De acordo com Válter Rodrigues, que é empresário e líder do MPT no arquipélago, mais de 50% da população do bairro recebe o ordenado mínimo, responsável pela maior parte dos problemas ali existentes.
"Receber o ordenado mínimo faz com que as pessoas não tenham objetivos de vida, que enveredem pelo alcoolismo, pela toxicodependência, o que depois leva à violência doméstica e tudo isto no bairro existe em grandes quantidades", sublinhou.
Por isso, o Movimento Partido da Terra (MPT) defende um aumento dos salários para que seja possível uma mudança de vida, para permitir o acesso a empréstimos bancários, ao arrendamento, a formação, à saúde.
"Temos de alertar a Madeira e o Porto Santo sobre o que está a acontecer e porque é que está a acontecer. Devido a quê? Devido aos objetivos que o Governo Regional não está a dar. Não estamos a criar objetivos para a população, mas sim pobreza. As empresas têm de aumentar os ordenados. O mínimo não dá para viver, para pagar contas", salientou.
O cabeça de lista do Movimento Partido da Terra (MPT) às eleições legislativas da Madeira defendeu igualmente um maior acompanhamento pela Segurança Social às famílias do bairro.
"Este bairro está isolado de todos. Não há acompanhamento. Devia ser feito um trabalho de campo, um acompanhamento da Segurança Social", disse.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
Entre 2007 e 2015, o Movimento Partido da Terra (MPT) estava representado na Assembleia Legislativa Regional com um deputado, mas nos últimos dois atos eleitorais não conseguiu eleger.
Válter Rodrigues lidera novamente a candidatura às eleições regionais, num sufrágio em que o partido decidiu não gastar qualquer quantia em campanha eleitoral, à semelhança de 2019.