General russo próximo do grupo Wagner reaparece durante visita à Argélia
O general russo Sergei Surovikin, um dos comandantes emblemáticos da ofensiva russa na Ucrânia, demitido devido às suas ligações ao grupo de mercenários Wagner, reapareceu na Argélia após meses de ausência, durante uma visita oficial.
Em imagens publicadas na terça-feira na conta oficial na rede social Facebook da grande mesquita de Oran, divulgadas hoje pelos 'media' russos, Sourovikin surge em roupas civis bege, ao lado de oficiais russos em uniforme militar e do imã desta mesquita, Abou Abdallah Zebar.
"Uma delegação russa de alto nível visitou a Grande Mesquita Abdelhamid Ben Badis e foi recebida pelo diretor de assuntos religiosos e pelo Imã da Grande Mesquita", destacou esta entidade numa nota acompanhada por fotos.
O objetivo da visita de Sourovikin à Argélia não foi especificado e Moscovo não lançou qualquer comunicado sobre este assunto.
Esta segunda-feira, a agência de notícias Eurasia Daily adiantou que Serguei Surovikin tinha sido nomeado presidente de uma Comissão de coordenação militar da Comunidade de Estados Independentes (CEI).
As especulações sobre o destino de Sergei Surovikin têm aumentado desde o seu desaparecimento do espaço público, após a rebelião fracassada do grupo Wagner em junho.
Segundo vários meios de comunicação russos, este general foi demitido do cargo de comandante-chefe das forças aeroespaciais em agosto, dois meses após o motim do Wagner, do qual foi considerado próximo, mas que não apoiou.
Durante a revolta de 24 horas do grupo Wagner que abalou o poder russo, Surovikin apelou aos amotinados para pararem e regressarem aos seus quartéis "antes que seja tarde demais".
Mesmo assim, o general foi considerado próximo do seu líder, Yevgeny Prigozhin, que morreu num acidente de avião em agosto.
Em 23 de agosto, dia em que se despenhou o avião privado de Prigozhin, foi revelado que Surovikin tinha sido substituído no cargo de chefe das Forças Aeroespaciais pelo general Victor Afzalov.
O Kremlin (Presidência russa) nunca chegou a confirmar a detenção do general pelas suas ligações ao então chefe do grupo Wagner.
Surovikin foi um dos principais comandantes da intervenção militar russa na Ucrânia.
Veterano da guerra soviética no Afeganistão e da segunda guerra chechena na década de 2000, Surovikin também participou na brutal campanha russa na Síria em 2015.