Regionais 2023 Madeira

MPT diz que salários baixos e habitação cara "atrasam a sociedade"

None

O cabeça de lista do MPT às legislativas da Madeira, Válter Rodrigues, disse hoje que os baixos salários e o elevado preço da habitação são as principais preocupações dos madeirenses, sublinhando que isso "atrasa a sociedade".

"Estamos a atrasar a nossa sociedade, estamos a atrasar o nosso futuro devido a esta instabilidade que temos e devido aos ordenados serem tão baixos, precários", afirmou, alertando que "as pessoas sem objetivos metem-se na toxicodependência".

Válter Rodrigues falava no âmbito de uma ação de campanha da candidatura do MPT às regionais de 24 de setembro, que hoje se deslocou à zona da Estação de Transferência e Triagem de Resíduos Sólidos do Funchal.

O candidato explicou que, após seis dias de campanha, as principais preocupações que sinaliza por parte da população se prendem com os salários e a habitação.

"Ordenados e habitação para os filhos, porque os filhos não têm dinheiro. Mesmo que trabalhem, que façam horas [extraordinárias] e tudo isso, o máximo que conseguem tirar são 1.300 euros. E, neste caso, 1.300 euros não dá para alugar uma habitação, não dá para constituírem família", disse.

Válter Rodrigues, que é empresário e líder do MPT no arquipélago, insistiu, por outro lado, na questão da higiene e segurança no trabalho, que foi o tema de campanha do partido na quinta-feira, reiterando que o Governo Regional deve reforçar as ações de fiscalização, a começar pela Estação de Transferência e Triagem de Resíduos Sólidos do Funchal, uma infraestrutura gerida pela câmara municipal.

"Tem de haver fiscalização do Governo Regional nesse sentido, mas fiscalização surpresa, não é fiscalização anunciada", disse, para logo acrescentar: "Só de surpresa é que vamos detetar o que falta. Não é avisando que se consegue pôr as empresas direitas."

"Já que os ordenados são tão baixos, pelo menos que essa parte de higiene e segurança seja cumprida", reforçou.

As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

Entre 2007 e 2015, o Movimento Partido da Terra (MPT) estava representado na Assembleia Legislativa Regional com um deputado, mas, nos últimos dois atos eleitorais, não conseguiu eleger.