Dois mortos e 25 feridos em acidente com migrantes a norte de Roma
Dois condutores e 25 migrantes e refugiados ficaram hoje feridos, alguns gravemente, quando o autocarro em que viajavam chocou de frente com um camião de mercadorias numa autoestrada a norte de Roma.
O grupo de cerca de 50 migrantes e refugiados estava a ser transferido de Porto Empedocle, na Sicília, para centros de acolhimento na região norte do Piemonte, depois de terem chegado por via marítima à ilha de Lampedusa nos últimos dias.
Os condutores das carrinhas estavam ao serviço da câmara municipal de Agrigento, na Sícilia, e tinham 35 e 32 anos.
O acidente aconteceu cerca das 02:30 locais (01:30 em Lisboa), entre Guido Montecelio e a portagem de Roma Nord.
As autoridades italianas estão a transferir para o continente milhares de migrantes irregulares na sequência da chegada a Lampedusa de cerca de 6.800 pessoas nos últimos dois dias.
A televisão italiana Sky TG24 relatou que apenas um barco de migrantes chegou hoje à ilha, transportando 44 pessoas.
O presidente da Câmara de Lampedusa, Filippo Mannino, criticou a União Europeia (UE) por deixar o país abandonado a lidar com um grande número de migrantes que chegam, referindo que o bloco "permaneceu em silêncio todos estes meses".
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, frisou hoje, à margem de uma conferência na Hungria, que os problemas criados pelo envelhecimento da população italiana não devem ser resolvidos com os imigrantes a trabalhar para apoiar o sistema de segurança social e manter a economia a funcionar.
Meloni destacou que apoiará um sistema de quotas para a imigração legal "quando necessário e onde puder ser totalmente integrado".
O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, manteve hoje uma conversa telefónica com a comissária europeia de assuntos internos, Ylva Johansson, sobre a situação dos migrantes, reconhecendo efetivamente que a abordagem atual não está a funcionar.
Uma reunião bilateral em Bruxelas está planeada para breve, acrescentou a mesma fonte.
A Itália tem um acordo de repatriamento com a Tunísia para enviar de volta os tunisinos considerados inelegíveis para asilo, mas não com a maioria dos outros países cujos migrantes desembarcam em Itália.
De acordo com o Ministério do Interior, quase 126 mil migrantes chegaram a Itália por via marítima este ano, o que representa quase o dobro do número registado na mesma altura do ano passado.