Governo considera positivo que BCE admita ter decidido o último aumento dos juros
O Governo considerou hoje positiva a perspetiva do Banco Central Europeu (BCE) de uma inflação já próxima dos 3% em 2024 e manteve a sua posição crítica em relação às sucessivas políticas de aumento dos juros.
Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, foi questionada sobre o facto de o BCE ter hoje sinalizado que se poderá estar perante o último aumento nas três taxas de referência, já que a inflação em 2024 deverá rondar os 3% na zona euro.
Na resposta, a ministra da Presidência começou por referir que ainda não teve a oportunidade de escutar as declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, após este banco central ter decidido proceder ao décimo aumento consecutivo nas três taxas de referência, desta vez em 25 pontos base.
"O primeiro-ministro e o ministro das Finanças já por diversas vezes comentaram [as subidas dos juros pelo BCE]. Mas é naturalmente bom esse reconhecimento de que a inflação já está numa trajetória [descendente]. Em muitos países está aproximar-se do valor indicado pelo BCE como referência para os próximos anos", assinalou Mariana Vieira da Silva.
Pela parte do executivo, de acordo com Mariana Vieira da Silva, em função da nova subida dos juros por parte do BCE, "será melhorada a resposta que o Governo já aprovou" na anterior sessão legislativa.
"E juntaremos a essa resposta outras medidas por sabermos que, a par da saúde, a habitação é outra das maiores preocupações dos portugueses. Agora é o tempo de avaliarmos as nossas medidas", afirmou, numa alusão aos diplomas que o Governo tenciona aprovar já na próxima semana.
Em relação à política do BCE de aumentos dos juros, a ministra da Presidência recusou-se a acrescentar mais apreciações em relação a anteriores posições já assumidas pelo executivo português.
"Na quarta-feira, o primeiro-ministro anunciou que, de hoje a uma semana, no próximo Conselho de Ministros, aprovaremos os diplomas que pretendem responder de forma atualizada às necessidades que as famílias portuguesas sentem no âmbito do crédito à habitação", frisou.
De acordo com Mariana Vieira da Silva, no apoio à renda, já foram abrangidas "mais de 185 mil famílias".
"E a nossa expectativa é que as medidas da próxima semana possam constituir uma resposta ao novo contexto e uma melhoria do diploma que tínhamos aprovado antes do verão", acrescentou.