Regionais 2023 Madeira

MPT diz que solução para a Saúde passa por substituir administração do Sesaram

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A candidatura do MPT às legislativas da Madeira defendeu hoje que uma das soluções para os problemas do setor da saúde passa por substituir o conselho de administração do Serviço de Saúde da Região Autónoma (Sesaram).

"As crónicas faltas de medicamentos, o ataque informático [ocorrido em 06 de agosto e que provocou uma 'disfunção na rede informática'] e as acusações de absentismo [dos profissionais] são problemas organizacionais e devem ser combatidos com uma gestão eficaz, pelo que o MPT defende a substituição do conselho de administração do Seseram", disse Miguel Câncio, número dois da candidatura do partido às regionais de 24 setembro.

O candidato falava numa ação de campanha junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, na qual apontou como principais problemas do sistema de saúde regional "as enormes listas de espera, as altas problemáticas, as crónicas faltas de medicamentos, especialmente para doentes oncológicos, o ataque informático, as acusações de absentismo, o alegado desvio de utentes para o privado por parte de médicos, os contratos com instituições privadas e a falta de saúde preventiva".

"O MPT defende que o sistema de saúde deve estar capacitado para tratar toda a população, sendo que só faz sentido complementar com o privado temporariamente, isto é, enquanto as soluções preconizadas pelo MPT não estejam implementadas", disse.

Miguel Câncio explicou, então, que as listas de espera e a falta de saúde preventiva podem ser colmatadas com a contratação de mais médicos e com o alargamento do tempo de atendimento nos centros de saúde, ao passo que o "desvio de pacientes" para o setor privado se resolve com "contratos de exclusividade para os médicos".

A candidatura do MPT, que é encabeçada pelo líder do partido no arquipélago, Valter Rodrigues, considera, por outro lado, que o novo hospital da Madeira, atualmente em construção, não vai solucionar o problema das altas problemáticas, que afeta cerca de 200 utentes, defendendo que o hospital Dr. Nélio Mendonça deve continuar ativo, funcionando como estrutura de segunda linha.

As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

Entre 2007 e 2015 o Movimento Partido da Terra estava representado na Assembleia Legislativa Regional com um deputado, mas, nos últimos dois atos eleitorais, não conseguiu eleger, obtendo 506 votos (0,35%) nas regionais de 2019.