O cabeça de lista do PS às eleições legislativas da Madeira desafiou hoje os madeirenses a fazerem com que o presidente do Governo Regional, também candidato, cumpra a sua palavra e se demita caso perca a maioria absoluta.

"Miguel Albuquerque tem dito ao longo das últimas semanas, várias vezes, que se não tiver maioria absoluta se demite e não irá governar, e eu desafio os madeirenses a cumprirem com o desejo de Miguel Albuquerque", declarou Sérgio Gonçalves.

Segundo o também líder do PS/Madeira, o presidente do executivo madeirense, que assumiu a liderança em 2015, "tem sido incapaz de apresentar as soluções de que os madeirenses precisam, sobretudo em relação ao aumento brutal do custo de vida".

Sérgio Gonçalves falava no âmbito de uma ação de campanha, no concelho de Santa Cruz, onde percorreu as principais ruas do centro do município.

O candidato, que é gestor e deputado regional, entregou panfletos do partido e falou com as pessoas para pedir um voto de confiança, prometendo mudança.

Aos jornalistas, reafirmou que os socialistas apresentam as soluções para os principais problemas dos madeirenses, destacando a baixa de impostos, designadamente ao nível do IVA e IRS (impostos sobre o consumo e sobre o rendimento singular, respetivamente), assim como medidas que melhoram o acesso à saúde e à habitação.

O cabeça de lista salientou que "Miguel Albuquerque tem de cumprir a sua palavra", considerando que "está de alguma forma a chantagear os madeirenses, não apresenta soluções para os problemas dos madeirenses e quer apenas manter-se no poder escudado por uma maioria absoluta".

"E é tempo não só de retirar essa maioria absoluta, como de dar oportunidade ao Partido Socialista de governar, porque nós temos as soluções para os problemas dos madeirenses", reforçou.

Sérgio Gonçalves disse ainda que "só se estiver protegido por uma maioria absoluta" é que Albuquerque "poderá continuar com a política do quero, posso e mando, a defender o seu poder, a defender os interesses de alguns e não os interesses de todos os madeirenses".

Concorrem às regionais da Madeira de 24 de setembro 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos (em 2015, a coligação que liderou obteve cinco), o JPP três e a CDU um.