BE denuncia "emergência" no Serviço Regional de Saúde
"O ataque informático ao SESARAM é apenas um dos sintomas da falta de investimento do Governo Regional na saúde da Região", acusou Roberto Almada, durante uma iniciativa de campanha promovida pelo Bloco de Esquerda (BE) junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça.
Outra das questões levantadas pelo BE prende-se com as listas de espera em saúde. "Mais de cem mil atos médicos por cumprir são a marca da governação de Miguel Albuquerque", apontou o candidato às Eleições Regionais de 24 de Setembro.
"À degradação do serviço regional de saúde, promovida pelo sucessivo subfinanciamento do orçamento regional, não é alheia a falta de transparência e promiscuidade entre sectores público e privado", critica também o Bloco, que entende que "a Região paga mais por serviços que não chegam nem a tempo nem para todos".
Sobre a construção do novo hospital, os bloquistas consideram que "é um passo importante, mas não é suficiente para garantir o acesso a cuidados de saúde de toda a população e nem mesmo para assegurar todos os cuidados hospitalares necessários".
Nesta linha, o Bloco propõe que o Hospital Dr. Nélio Mendonça seja transformado em hospital de retaguarda, "aumentando a capacidade de resposta da Região aos casos de internamento social e de cuidados paliativos, continuados e de reabilitação".
"A criação desta unidade permitiria ainda entregar o Hospital dos Marmeleiros à Santa Casa da Misericórdia do Funchal, para que a Região não tenha de continuar a pagar a renda", argumenta o BE. "Não tem sentido, nem é bom uso dos dinheiros públicos, que a Região prescinda de uma unidade de saúde de que é proprietária para continuar a pagar renda numa outra", reitera o partido.
Em matéria de saúde, a Bloco defende medida como: "incentivo à exclusividade no sector público e reforço dos recursos humanos (profissionais de saúde, técnicos e assistentes operacionais); implementação dos tempos máximos de resposta; garantir o funcionamento permanente de um centro de saúde no Norte da ilha; implementação da especialidade de medicina dentária nos centros de saúde; investimento na implementação do Plano Regional de Saúde Mental; investimento em novos projetos de prevenção das dependências, rede de equipa de rua para apoio a pessoas com adições e criação de comunidades terapêuticas".
"O Governo Regional da Madeira arrecadou em 2022 uma receita extraordinária superior a 80 milhões de euros, fruto do contexto inflacionista; dispõe de mais de 800 milhões de euros do PRR ao que acresce os 2 mil milhões do orçamento regional e os muitos milhões dos fundos europeus. Nada pode justificar o subfinanciamento da saúde, a não ser a vontade de alimentar o negócio privado da saúde", remata o BE.