CDU quer derrotar "fabricadores" das desigualdades do mundo do trabalho
O cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) às eleições da Madeira, Edgar Silva, declarou hoje que esta força política assume o desafio de atuar para erradicar a "escandalosas" desigualdades do mundo do trabalho e derrotar os seus "fabricadores".
"A desigualdade do mundo do trabalho é um grande desafio e a grande tarefa que a CDU assume, de intervir para erradicação destas escandalosas desigualdades económicas e sociais que caracterizam a Região Autónoma da Madeira", declarou o candidato no âmbito da iniciativa desta coligação na campanha eleitoral das regionais, que se realizam em 24 de setembro.
O candidato reforçou que "o grande desafio que coloca é derrotar este universo, esta realidade das grandes desigualdades, derrotar os fabricadores desta desigualdade, que é bem maior do que a nível nacional".
Edgar Silva mencionou que, de acordo com estudos publicados em agosto, "na Madeira, 5% da população tem 58% da riqueza criada, enquanto 58% da população dispõe apenas de 5% da riqueza criada".
"Esta é a pirâmide da maior desigualdade do país. É feita à custa de quem trabalha, à custa dos baixos salários, à custa precariedade, à custa da exploração", sublinhou.
O coordenador regional do PCP também referiu que, "no resto do país, 5% da população dispõe de 42% da riqueza criada, enquanto 42% da população dispõe apenas de 5%.
Por isso, argumentou que, se "a nível nacional este é um problema grave, é uma situação de desigualdade escandalosa, mas na Madeira ainda é mais escandaloso, ainda é mais intolerável".
Edgar Silva disse que esta situação tem sido "criada à custa de quem trabalha e é da crescente exploração de quem trabalha nesta região que se tem edificado o maior nível de desigualdade do país".
A candidatura comunista promoveu hoje uma iniciativa designada por 'o mundo do trabalho apoia a CDU', que teve a presença de dirigentes e ativistas sindicais e contou com a intervenção do coordenador regional da União dos Sindicatos da Madeira (USAM), Alexandre Fernandes, e do deputado Ricardo Lume, no auditório do Museu 'Casa da Luz'.
Alexandre Fernandes falou do apoio à CDU, considerando que esta foi "a única força política que tem levado ao parlamento os problemas e justas reivindicações dos trabalhadores, dando voz às suas causas"
Quanto a Ricardo Lume, destacou as muitas propostas que o partido levou ao parlamento madeirense, apontando que algumas tiveram "sucesso, correspondendo a uma afirmação de novas conquistas, a um ganhar de direitos para os trabalhadores" e destacou o "problema gravíssimo no mundo do trabalho dos trabalhadores precários".
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.