Temos nas mãos poder mudar para melhor
No dia 24 de Setembro somos chamados a votar para eleger os nossos representantes para a Assembleia Legislativa da Madeira. Já é do conhecimento público que concorrem 13 partidos e coligações a este ato eleitoral. Alguns mais conhecidos do que outros, não havendo grandes alterações no panorama de eleições anteriores.
A sociedade continua dividida entre partidos que se posicionam à direita, ao centro e à esquerda. Há aqueles partidos de direita que são sobejamente conhecidos, porque sós ou coligados, estão a governar a Madeira há várias décadas, e há os que querem se aliar na mesma onda, porque afinal o que os separa parece ser só semântica. Depois temos os partidos que não são carne nem peixe e que gostam de estar a bem com Deus e com o Diabo, sendo difícil categorizá-los. Resta a esquerda que não esconde o que é e, por isso mesmo, é a mais atacada por todos por defender de forma firme e radical os seus princípios e valores que não estão à venda, nem nunca estiveram.
O Senhor Miguel Albuquerque mente com todos os dentes que tem na boca quando diz que o Bloco de Esquerda é responsável pela política praticada pelo governo PS. Foi na altura do acordo apelidado de Geringonça que o país mais avançou nos direitos de quem trabalha, dos reformados, etc.. O Bloco de Esquerda nunca fez parte do poder e apenas fez alguns acordos para benefício das populações. O PSD é mentiroso e mede os outros pela sua bitola, como o seu colega parceiro que apenas está interessado em manter alguns, poucos, tachos, deixando que o seu partido vá desaparecendo do mapa da democracia portuguesa.
O Bloco de Esquerda nunca teve tachos em qualquer Governo, e não deixou que o seu voto fosse para apadrinhar apoios duvidosos aos bancos, e leis pouco claras sobre apoios à habitação, saúde e educação. Nunca voltou as costas a quem lutava pelos seus direitos e foi sempre uma voz firme na defesa de princípios fundamentais, como a igualdade de género e não discriminação, seja de que tipo for.
Na Madeira o Bloco ficou fora do Parlamento porque muitos dos seus votantes acreditaram que outos seriam alternativa. Não foram alternativa, como continuam a não ser, exatamente, porque têm tantas propostas iguais às do poder. Basta ver o debate entre duas figuras desses dois partidos, na RTP Madeira, que fazem lembrar muitas vezes a rábula famosa do “Senhor Contente e do Senhor Feliz” eternizada por Nicolau Breyner e Herman José.
Durante os últimos 4 anos viu-se e sentiu-se a falta que fez a voz do Bloco no Parlamento. A falta de uma voz claramente identificada com os direitos e com a verdadeira autonomia a ser usada em benefício do povo e não só de alguns. A Esquerda precisa de ter mais voz e mais intervenção no Parlamento Regional. Quantas mais vozes melhor será para os/as madeirenses que precisam de ser apoiados e defendidos/as. Está nas nossas mãos não se enganar nem votar no escuro. Coerentemente, por todas as razões e mais algumas, eu só poderia votar Bloco de Esquerda.