Todos. Todos. Todos.
Cerca de um ano após da morte de Jéssica, menina com três anos que morreu devido aos maus-tratos que lhe foram infligidos durante os vários dias, o tribunal, depois do acórdão que condenou, e bem, os quatro arguidos a 25 anos de prisão, veio vangloriar-se com a rapidez do processo. Quando vi tal reportagem na televisão, não pude deixar de me lembrar dos crimes de corrupção e de colarinho branco que se arrastam décadas pelos corredores da justiça, graças a recursos, pronúncia ou não pronúncia, reclamações, escusas e requerimentos até à prescrição final. Claro que estes últimos, são praticados por gente bem instalada na vida, de uma alta classe social, a maioria das vezes do mundo da política e dos partidos, enquanto os condenados do caso da Jéssica, são gente desconhecida de classes baixas e sem posses para advogados famosos e que apenas servem para lembrar como a “Justiça” é célere. Não. Não é nada célere e descaradamente se aproveitaram daquela menina por quem o país chorou à medida que ia tomando conhecimento dos actos hediondos que a assassinaram. Socorrendo-me do Papa Francisco, para quando uma Justiça célere para Todos. Todos. Todos?
Jorge Morais