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Presidente do Paquistão dissolve parlamento e convoca eleições

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O Presidente do Paquistão, Arif Alvi, aprovou hoje a dissolução do parlamento, a pedido do primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, três dias antes do final da atual legislatura.

"O Presidente Arif Alvi dissolveu a Assembleia Nacional (parlamento)", destacou a presidência paquistanesa, em comunicado citado pela agência Efe.

Esta decisão surge num momento em que o principal líder da oposição procura anular uma condenação por corrupção, que levou à sua detenção numa prisão de alta segurança no fim de semana.

A dissolução antecipada do parlamento pode ser interpretada como um movimento de Sharif para estender a realização das eleições, uma vez que caso tivesse concluído o seu mandato, as eleições gerais deviam ser convocadas num máximo de sessenta dias a partir do final da legislatura.

No passado fim de semana foi aprovado um novo censo no Paquistão, que implica uma modificação dos círculos eleitorais que poderá atrasar as eleições.

O próprio Sharif tinha anunciado horas antes, durante um discurso no parlamento, da sua intenção de dissolver o seu governo hoje.

O governante anunciou também que se irá reunir na quinta-feira com o líder da oposição na Assembleia Nacional, para discutir a nomeação do novo primeiro-ministro interino, que vai liderar o país até à realização das eleições e à eleição de um novo chefe de governo.

A incerteza sobre a data das eleições soma-se à polémica jurídica e política em torno do antecessor de Sharif e herói nacional do críquete, Imran Khan.

O popular líder da oposição, de 70 anos, foi condenado por um tribunal de Islamabade no sábado por ocultação de bens e foi sentenciado a três anos de prisão.

Khan recorreu da condenação, que efetivamente o retira da campanha eleitoral num momento em que seu partido estava em alta nas sondagens.

O Tribunal Superior de Islamabade, onde o recurso de Khan será analisado, referiu hoje que deseja ouvir o governo e a comissão eleitoral do Paquistão antes de tomar uma decisão sobre a anulação da condenação e a libertação de Khan.

A sentença também significou a sua inabilitação para o exercício de cargos públicos nos próximos cinco anos, o que o impedirá de concorrer às eleições.

Os advogados do líder do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI) pediram a transferência do ex-primeiro-ministro para uma prisão de "classe A", alegando que o político estava ser maltratado na prisão e ocupava um quarto muito pequeno, sem instalações sanitárias.

Khan assumiu a liderança da oposição depois de ter sido destituído em abril do ano passado na sequência de uma moção de desconfiança promovida pelo atual primeiro-ministro, Shehbaz Sharif.

O líder da oposição enfrenta mais de 150 processos, que, segundo ele, têm por objetivo mantê-lo fora da corrida eleitoral.

Esta é a segunda vez que Khan é detido desde a sua saída do governo. A primeira detenção, em meados de maio, terminou dias depois, no meio de uma intensa agitação social no país.

A violência só diminuiu depois de Khan ter sido libertado por ordem do Supremo Tribunal do Paquistão. Desde então, pelo menos 10 pessoas morreram em confrontos entre apoiantes de Khan e a polícia, que prendeu mais de 5.000 pessoas relacionadas com os tumultos.