SESARAM deveria estar a trabalhar "apenas em situações de urgência"
Até que o problema informático fosse debelado, Gil Bebiano entende que os profissionais de saúde deveriam estar empenhados em resolver situações de urgência do bloco, do internamento e de consulta
Gil Bebiano defendeu, ao início desta tarde, que os profissionais do SESARAM deveriam estar empenhados e focados, por esta altura, apenas em situações de urgência - isto depois do grave constrangimento provocado pelo ataque informático do último domingo.
Aos microfones da TSF-Madeira, o presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Médicos pediu, a título pessoal, uma séria ponderação aos mais altos responsáveis da Saúde. "Não é assobiar para o lado e dizer que está tudo bem, porque não está", alertou o neurocirurgião.
Médicos pedem escusa de responsabilidade por eventuais acidentes ou incidentes resultantes de ataque informático
Impossibilidade de consultar registos médicos anteriores e registar os dados da consulta poderá condicionar negativamente cuidados prestados, alerta o Conselho Médico da Ordem dos Médicos da RAM
Já depois do comunicado emitido pela Ordem a pedir escusa de responsabilidade por eventuais acidentes ou incidentes resultantes do ataque informático, Gil Bebiano coloca a situação ao nível de "uma pandemia" ou de "um acidente grave, como foi o do avião ou do autocarro", para justificar a sua posição de dar apenas prioridade às situações urgentes.
Informávamos calma e serenamente a população de que a atitude a tomar era para minimizar riscos para a população. Os dados não informatizados hoje em dia são a possibilidade de errar em termos de futuro, e no momento também quando se faz a prestação de serviço. De modo que a possibilidade seria, sem alarmismos, até que esta situação seja resolvida, apenas trabalhar em situações de urgência do bloco, internamento e consulta. Tudo o que fosse rotina, pararíamos. Vamos sempre a tempo de compor um serviço não prestado nestas circunstâncias e podemos não ir a tempo de cobrir erros que sejam feitos nas circunstâncias actuais. Gil Bebiano
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O médico acredita que "deveria ser levantada esta opção sem alarmismos" e "sem qualquer tipo de especulações”, instando as entidades responsáveis a "pôr os pés no chão e lidar com uma situação que é grave".
"A situação tem de ser resolvida e a normalidade da prestação de serviços, quer cirúrgicos, quer médicos, só poderá acontecer quando a situação estiver resolvida. Vamos parar um bocadinho para pensar", considerou.
Em termos globais as pessoas devem de parar para pensar. Fazer o aconchego da população naquilo que são os serviços de urgência, quer a nível do bloco, quer a nível de internamento, quer a nível de consulta ninguém deixaria de ser tratado em situação de urgência. Vamos reflectir, vamos ver quais são as soluções e quando estivermos minimamente aceitáveis voltar à normalidade. Tudo deve ser feito de forma informativa com a população. Não é assobiar para o lado e dizer que está tudo bem, porque não está. Gil Bebiano
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Impossibilidade de consultar registos médicos anteriores e registar os dados da consulta poderá condicionar negativamente cuidados prestados, alerta o Conselho Médico da Ordem dos Médicos da RAM
Gil Bebiano lembra, contudo, que esta situação que o SESARAM atravessa "é incontornável e em qualquer empresa de grande dimensão pode acontecer - ninguém pode dizer que está a salvo de um ataque informático", pelo que entende ser "sempre difícil criar alternativas para uma coisa destas".
Daí que o principal rosto da Ordem dos Médicos na Madeira defende a ideia de priorizar os cuidados de urgência "tendo em conta que trabalhar ou corrigir um erro sobre um erro significa duplicação da possibilidade de errar", sem esquecer que "estamos a falar de pessoas e o cuidado tem de ser feito com a máxima exiguidade e máxima responsabilidade".