BE alerta que a habitação "não pode ser um luxo"
A coordenadora regional do Bloco de Esquerda Madeira, Dina Letra, veio, esta manhã, defender que, perante a evidência de que a especulação imobiliária e a construção de habitação "totalmente direccionada para o segmento de luxo está a impedir o acesso das famílias e dos jovens" madeirenses e portossantenses à habitação, "a resposta do PSD-M tem sido mais vistos gold, mais benefícios fiscais para os nómadas digitais, mais negociatas com os empresários de sempre, e sempre em prejuízo do interesse público".
A construção de luxo cresce e a Praia Formosa é só o exemplo mais recente, com Pedro Calado a fazer aprovar uma unidade de execução feita à medida do promotor imobiliário, que já vende apartamentos de luxo sem projecto aprovado pela Câmara do Funchal. E é este o mercado que o PSD-M quer continuar a incentivar, enquanto os madeirenses que aqui vivem, trabalham e pagam os seus impostos estão a ser expulsos dos seus lugares e vão viver para a periferia ou nem sequer conseguem aceder ao arrendamento e ao crédito, porque já nem os salários médios conseguem comportar os preços das casas e das rendas. Por outro lado, o crédio malparado cresce na Madeira, particularmente no que se refere ao crédito habitação. Dina Letra, coordenadora regional do Bloco de Esquerda
Nesse sentido, o Bloco de Esquerda repudia esta política de habitação do Governo Regional, que considera ser "um desastre para os madeirenses e portossantenses e um retrocesso civilizacional, fazendo-nos lembrar o tempo em que se construíam anexos na casa dos pais".
Toda gente precisa de uma casa para morar. A habitação é uma necessidade, não pode ser um luxo, só acessível para alguns privilegiados. A política do PSD-CDS não protege os madeirenses e portossantenses da especulação imobiliária ou da ganância de senhorios, que cessam contratos de arrendamento para converter o imóvel para alojamento local, como já acontece no Funchal e um pouco por toda a ilha. Dina Letra, coordenadora regional do Bloco de Esquerda
O partido de esquerda defende que é "urgente" regular o mercado do arrendamento, criar mecanismos de apoio ao investimento, "mas que não se sobreponham aos interesses dos cidadãos ao ponto de lhes coarctar a vida, os sonhos e objectivos". Defende ainda também o fim dos vistos gold, os benefícios fiscais aos residentes não habituais e à reabilitação urbana que não se destina à recuperação de casas para morar, travar a proliferação do alojamento local, definir um tecto máximo para as rendas, bem como a existência de mais habitação pública e a preços controlados. "Este é o caminho e as propostas do Bloco de Esquerda para uma Madeira diferente e que diz presente às dificuldades da nossa gente", sublinhou.
Para o Bloco de Esquerda, o problema da habitação da Madeira é dramático, com perto de 5.000 famílias a aguardar por uma habitação condigna, ao que acresce a subida brutal das taxas de juro do crédito à habitação, que estrangula quem paga casa ao banco e nem permite que outros tantos possam comprar casa. Dina Letra, coordenadora regional do Bloco de Esquerda