Mundo

Trump pede a mudança do julgamento do assalto ao Capitólio para fora de Washington

 Foto Patrick T. Fallon/AFP
 Foto Patrick T. Fallon/AFP

A defesa de Donald Trump vai pedir a mudança de tribunal do julgamento em que é acusado de tentar subverter as eleições de 2020, considerando que a juíza Tanya Chutkan não é imparcial, anunciou hoje Trump nas redes sociais. "Não há maneira de eu ter um julgamento justo com a juiza 'designada'", disse o ex-Presidente dos Estados Unidos (2017-2020) numa publicação nas redes sociais, em que ainda considerou "ridículo" o caso em que está sendo acusado. Trump quer que o julgamento tenha lugar num tribunal fora de Washington DC. O republicano também insultou de procurador especial do caso, Jack Smith, que chamou de "transtornado", e reiterou que o Departamento de Justiça o está a investigar por ser o principal opositor do presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, nas eleições do próximo ano.

Trump compareceu na quinta-feira perante o tribunal onde se declarou inocente dos quatro crimes que lhe são imputados, com penas até 20 anos de prisão. É acusado de ter tentado reverter as eleições de 2020, em que perdeu para Joe Biden, e ter instigado o ataque ao Capitólio. A procuradoria acusa-o de ter mentido deliberadamente ao denunciar falsas fraudes eleitorais e de ter arquitetado um plano para reverter os resultados das eleições que levaram ao assalto ao Capitólio em 2021, quando uma multidão de partidários de Trump atacou o Congresso para impedir a ratificação da vitória de Biden.

Em entrevista à CNN, John Lauro, advogado do ex-presidente, negou que Trump tenha participado numa "conspiração" contra as eleições e argumentou que tudo o que fez foi "protestar" contra os resultados eleitorais, algo que disse que é protegido pela "liberdade de expressão". Além disso, rejeitou que seja punível a pressão que Trump exerceu sobre seu vice-presidente, Mike Pence, para que, na qualidade de presidente do Senado, impedisse a ratificação da vitória de Biden no Congresso. "O que o presidente Trump não fez foi ordenar que o vice-presidente Pence não fizesse nada. Ele pediu de forma aspiracional. Pedir é protegido pela primeira emenda", argumentou. Pence, desde então afastado de Trump, denunciou em várias ocasiões que o ex-presidente o pressionou a contornar a Constituição.

Este é o terceiro caso criminal contra o ex-presidente, acusado também em Nova Iorque por subornar a atriz pornográfica Stormy Daniels e em Miami por ter levado ilegalmente documentos sigilosos ao deixar a presidência. Os processos judiciais, porém, não diminuíram a popularidade de Trump, grande favorito nas primárias republicanas para as eleições de 2024.