Roma não paga a traidores, já Putin paga e bem
Vladimir Putin (VP) começou por negar que a empresa de mercenários Wagner (MW) de Yevgeny Prigozhin (YP) recebeu do governo russo milhares de milhões de rublos para promover conflitos armados e massacres apoiando ditaduras e derrubando governos eleitos democraticamente, a troco do saque das riquezas desses países nomeadamente em África. Logo após a proclamada “rebelião” armada de YP e dos MW contra o Kremlin, VP contrariando o que sempre dissera confirmou publicamente que YP e os MW receberam esses tais milhares de milhões de rublos do governo russo, para acções subversivas e militares sem comprometer oficialmente a Rússia. Mais, VP considerou como acção “terrorista” e uma “traição à Rússia” a rebelião dos MW chefiados por YP. Poucos dias após a “traição” eis que VP confirmou uma reunião no Kremlin com YP e os seus “terroristas” dos MW. As incongruências patéticas de VP não se ficam por aqui porque logo a seguir a essa reunião para uma pretensa integração dos MW no exército russo, eis que VP dá o dito por não dito ao afirmar “essa empresa militar privada [MW] não existe“. VP procura a todo o custo enganar o povo russo não só com as suas absurdas reinterpretações revisionistas de factos históricos como mente sistematicamente para tentar justificar perante a nação russa a brutalidade do crime de guerra que foi a invasão da Ucrânia sem qualquer justificação plausível. VP ao acusar de traição e terrorismo os MW e o seu líder e logo a seguir recebê-los no Kremlin sem nada fazer para os deter e julgá-los, mostra toda a sua subserviência e dependência de YP para operações militares clandestinas ao serviço da Rússia. É por isso que YP e os MW continuam intocáveis e impunes, mesmo após terem sujeitado VP ao enorme vexame de após as acusações públicas que lhes fez nada fazer para detê-los, mesmo quando teve uma oportunidade flagrante para isso. É caso para dizer que se Roma não paga a traidores, já Putin paga e bem!
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