Pensar sério sobre os AL’s
Há limite máximo para camas de hotel. Há limite máximo para táxis, TVDE, número máximo para tantas coisas. Esses limites são importantes e pensados para regular, de uma forma mais ou menos saudável, os sectores e tudo que à sua volta mexe.
É fácil que um proprietário de um AL não entenda a verdadeira dimensão e impacto do seu negócio, uma vez que não possui nem o tamanho nem o número de camas de um hotel, um “negociozinho” familiar que: “que mal poderá fazer uma casinha onde só cabem meia dúzia de turistas?”. O ser humano tem muita dificuldade em pensar de forma escalonada e em perspectiva e é natural que, afrontados, queiram puxar a brasa à sua sardinha.
O que não se entende é os depoimentos de que vão estrangular a economia, que vão tirar trabalho e fonte de sustento a tantas famílias?! As medidas não teriam efeitos retroactivos... os ALs existentes manter-se-iam... como é que isso é “aniquilar” o sector?
Quer queiramos, quer não, a crise do sector imobiliário existe e é escandalosa, com já várias agências noticiosas internacionais a fazer destaque do problema. Como é que um estrangeiro, ao comprar casa na Madeira, é investimento? Especialmente se for britânico, hoje em dia incapaz, legalmente, de estar sempre cá e fazer despesa? Investimento é criar trabalho, negócios e não apenas dinheiro imediato para o sector da construção civil!
A casa ou apartamento é, provavelmente, a maior despesa que um madeirense terá na sua vida. Suplantado ou facilitado o seu acesso, não a partir de habitação social, que se saúda, mas da regulamentação e da criação de uma Madeira e Porto Santo que acolhe, protege e favorece, não tenhamos medo de o dizer, os seus, é que podemos ter qualidade de vida e vontade de ficar.
O capitalismo trouxe coisas muito boas, é certo, mas numa região pequena, com grande risco de pobreza e sem grandes salários, a prioridade tem de ser a de proteger os locais. Deviam ser os turistas a “lutar” pelos lugares disponíveis, não os madeirenses e portossantenses...
João Freitas