Fome de bola
Quando me perguntam qual o meu clube na Madeira acabo por não assumir uma verdadeira preferência. E não estou a enganar ninguém.
Quero que ganhem sempre, que representem a Madeira e os madeirenses com dedicação e empenho. Cresci a ver o Marítimo na 1.ª divisão e até na Europa, empolguei-me com o mágico Nacional do início do século e sofri com os caminhos tortuosos do União. Longe das competições profissionais recordo-me também do Pontassolense do Lito Vidigal, do Leonardo Jardim a aparecer com a sua Camacha e o desfile dos vários clubes dos diferentes concelhos pela série E da extinta 3.ª divisão. Estar longe faz-me desmultiplicar em adepto dos clubes madeirenses. Ainda recentemente lá estava nas bancadas a apoiar o futsal do meu Porto Moniz, juntamente com o meu filho. Vieram eles até aqui e pela primeira vez pude proporcionar-lhe o orgulho de ser ele próprio a exibir a bandeira da Madeira.
Esses tempos do futebol já vão longe, deixou saudades para muitos de nós. O mundo da bola acelerou…demasiado até para aquilo que a Madeira conseguiu acompanhar. Marítimo e Nacional reencontram-se esta época, infelizmente num degrau abaixo daquele que nos habituaram durante largos anos. A II Liga será um desafio exigente para o Marítimo, natural candidato à subida e do Nacional espero que consiga uma época mais tranquila. A Madeira tem adeptos de I Liga, que merecem receber e lutar contra os melhores. Para mitigar a fome de bola nada como um derby logo no arranque do campeonato. Saudações desportivas e que a bola esteja do nosso lado.