Venezuela tem 288 presos políticos e nove mil pessoas com restrições à liberdade
A organização não-governamental (ONG) venezuelana Foro Penal (FP) denunciou sexta-feira que 288 pessoas estão presas por motivos políticos e que mais de nove mil continuam "submetidos arbitrariamente" a restrições à sua liberdade.
"Balanço de presos políticos: registamos, no Foro Penal, 288 presos políticos na Venezuela, dos quais 268 são homens e 20 mulheres", anunciou a ONG na rede social X (antigo Twitter).
De acordo com a Foro Penal, o total de detidos inclui "133 civis e 155 militares", todos adultos.
A ONG precisou que, na semana passada, foram detidos dois cidadãos por motivos políticos e não foi libertado qualquer preso político, enquanto 126 dos 288 presos políticos já foram condenados por um tribunal, enquanto 162 ainda aguardam julgamento.
"Desde 2014 registaram-se 15.799 detenções políticas na Venezuela", explicou a FP, sublinhando que apoiou "gratuitamente mais de 12 mil detidos, hoje libertados, e outras vítimas de violações dos seus direitos humanos".
De acordo com a FP, "além dos presos políticos, mais de nove mil pessoas continuam submetidas arbitrariamente a medidas restritivas da sua liberdade".
Através da mesma rede social, a FP pediu a liberdade de vários venezuelanos presos por motivos políticos, entre eles o capitão de infantaria do exército, Ebro Delgado, preso desde 28 de julho de 2022, e o advogado Eyvin Hernández, detido desde 31 de março de 2022.
A organização pediu ainda que seja libertado o tenente-coronel do exército Víctor Soto, preso desde 02 de março de 2018, o inspetor chefe da extinta Polícia Metropolitana, Héctor Rovain, e o agente da mesma organização policial, Erasmo Bolívar, ambos presos desde 19 de abril de 2003 e condenados a 30 anos de prisão.
Por outro lado, lembra que em 30 de janeiro de 2021 faleceu o artesão e guia turístico Salvador Franco, por falta de atenção médica, quando se encontrava sob custódia do Estado, precisando que um "tribunal deu a ordem para que fosse transportado [para um hospital], mas, apesar do seu grave estado de saúde, a ordem não foi acatada pelo centro penitenciário".
Os dados dos presos políticos venezuelanos, registados pela Foro Penal, foram enviados à Organização de Estados Americanos, para certificação.