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Prisões de migrantes na fronteira dos EUA aumentam após meses de queda

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As detenções de migrantes que cruzam irregularmente a fronteira sul dos Estados Unidos aumentaram em julho após meses de queda, confirmou ontem o subsecretário de Estado norte-americano para a Política de Fronteiras.

Numa conferência de imprensa por telefone, Blas Nuñez Neto, que responde ao Departamento de Segurança Interna (DSI) norte-americano, referiu que o aumento não era inesperado porque se trata da altura do ano em que, "normalmente, se vê um recrudescimento na migração".

Embora Nuñez não tenha fornecido números sobre apreensões no mês passado, o jornal The Washington Post informou esta semana que mais de 130.000 pessoas foram detidas na fronteira com o México, de acordo com dados do DSI ainda por divulgar oficialmente.

Estes números representam um aumento de mais de 30% em relação a junho, quando foram registadas 99.545 detenções.

A administração de Joe Biden afirmou que as chegadas à fronteira tinham diminuído desde que aplicou novas restrições às travessias irregulares em maio, substituindo a política de deportação do Título 42, regra que permitiu ao governo expulsar rapidamente dezenas de milhares de imigrantes do país em nome da proteção da América contra a covid-19.

Apesar do aumento em julho do número de pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos, Nuñez defendeu a nova política de fronteiras, argumentando que "continua a ser eficaz".

O responsável norte-americano acrescentou ainda que, na última semana, mais de mil famílias foram deportadas para diferentes países da América Latina.

Em maio passado, a administração democrata deu 'luz verde' a uma nova regra que qualifica como "inelegíveis" para pedir asilo as pessoas que atravessam a fronteira de forma irregular e que não procuraram proteção num país terceiro durante a sua viagem para os Estados Unidos.

Segundo esta regra, as pessoas abrangidas por esta definição podem ser deportadas para o México ou para o seu país de origem e enfrentar uma proibição de entrada nos Estados Unidos durante cinco anos.

O regulamento tem sido objeto de várias ações judiciais por parte de organizações de defesa dos direitos humanos, que argumentam que a regra é contrária à lei dos Estados Unidos e põe em risco a vida dos requerentes de asilo.

No entanto, um tribunal de recurso da Califórnia decidiu quinta-feira a favor da manutenção das restrições, depois de um tribunal de primeira instância as ter suspendido.