Massificação do Turismo "está a destruir a imagem do destino” Madeira, alerta o PAN
Marco Gonçalves criticou Governo por atitude face a vários acidentes com turistas e classificou a política turística da Região como uma “anedota”
Marco Gonçalves, candidato do PAN Madeira às eleições de 24 de Setembro, manifestou hoje a sua preocupação relativamente impacto ambiental do Turismo na Madeira, uma vez que "é a principal atividade económica da Região", defendendo que "urge preservar e qualificar [o sector] no âmbito do eco-turismo”
O ambientalista classificou a política turística da Região como uma “anedota”, pois “a massificação está a destruir a imagem do destino e o território onde todos habitamos”,
Marco Gonçalves falava no Curral das Freiras esteve hoje na estrada a acompanhar o Rally Vinho Madeira e, depois, seguiu com a equipa PAN para o Curral das Freiras.
Lembrou a propósito que foi naquela localidade que "há poucos dias um turista sofreu uma aparatosa queda enquanto praticava canyoning, que se sucedeu a outra queda duma turista numa levada e outro turista que se perdeu nas serras da Madeira e a outros turistas que acampam onde calha ou ainda a turista que dormem no carro".
A tudo isto "o actual presidente do Governo reponde que 'é preferível ter muitos turistas e alguns acidentes do que não ter turistas', atirou em jeito de crítica a Miguel Albuquerque.
O PAN/M entende que "o Turismo Madeira e Porto Santo têm de ser uma marca de excelência, deve fazer um uso adequado dos recursos ambientais, respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades e assegurar que as atividades económicas sejam viáveis no longo prazo, estudando os seus impactes e mantendo um elevado nível de satisfação das pessoas que nos visitam de modo a fazerem publicidade no regresso às suas terras".
Na vista da Eira do Serrado, Marco Gonçalves salientou ainda que "o que o turista que nos visita procuram a nossa natureza, o nosso mar, procuram algo que já não encontram em grande parte dos destinos europeus dominados pelo lucro acima de tudo". Como tal, reforça que "temos que preservar o destino Madeira" e que "não podemos degradar paisagens únicas com teleféricos inestéticos". “Deixem os céus do Curral das Freiras preservados”, exigiu.
Já ao principio da tarde desta sexta-feira, os ambientalistas reuniram-se na Pontinha, onde o candidato do PAN referindo-se às potencialidades do nosso mar, afirmou que, "em vez da aposta em navios de cruzeiro que são focos enormes de poluição, "devíamos apostar no ecoturismo marinho". A título de exemplo apontou que nos Açores este "rende mais de 200 milhões de euros ano". Por outro lado, considerou que "aposta no mar poderia aliviar a pressão que neste momento temos nas nossas serras”.
"O planeamento turístico regional deve apostar na sustentabilidade do destino e não no número de navios de cruzeiro que aportam no Porto e de aviões que aterram na ilha", reiterou Marco Gonçalves.
Outra questão que o PAN/M diz não compreender é "a necessidade de construir campos de golfe em tanto lado, destruindo inclusive locais privilegiados para a observação de aves". Mais uma vez, recorrendo ao exemplo nos Açores, notou que esta "rende sensivelmente 100 Milhões de euros ano”.
“O eco-turismo de natureza ou marinho na Madeira verde e florida de águas límpidas é muito bem-vindo, mas o turismo de hotel, cinzento e 'algas Prada', esse não precisamos, nem é sustentável”, rematou o candidato ambientalista.