Regionais 2023 Madeira

CHEGA-Madeira acusa Governo de partidarizar instituições públicas

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"Os períodos de campanha eleitoral são sempre fases de grande actividade partidária, com as diferentes organizações políticas a apresentarem as suas propostas para a gestão da Causa Pública e a desenvolverem iniciativas com vista a conquista da atenção e da confiança dos eleitores. Por razões legais e éticas, os partidos devem observar determinados condicionalismos na sua acção, as quais também de aplicam ao partido que exerce responsabilidades de governo, o qual deve, por sua vez, observar uma estrita separação entre as suas pretensões eleitorais e o cumprimento dos seus deveres públicos", diz  Miguel Castro, presidente do CHEGA-Madeira e cabeça de lista do partido às eleições legislativas regionais. 

Segundo Miguel Castro, não é isto que se está a passar no actual período de pré-campanha eleitoral, no qual o governo PSD continua a fazer uso de todos os canais institucionais ao seu dispor para apelar ao voto no seu partido e inclinar o plano partidário em seu favor, em total violação do princípio do respeito que deve observar quanto às outras forças partidárias e ao acto eleitoral, em si.

Infelizmente, não é novidade que, há décadas, o PSD utiliza de forma propositada e consciente os canais e as oportunidades que estão ao seu dispor como governo para garantir vantagens na corrida eleitoral, seja na forma de inaugurações, cobertura mediática privilegiada, festas populares ou certames culturais. Tal forma de conduta, em total desrespeito pelos princípios éticos que devem nortear os períodos de campanha e pré-campanha, mostram bem à aversão que o PSD sempre teve relativamente à Democracia, assim como a sua aptidão para transformar a política numa luta para a conquista do poder pelo poder.”  Miguel Castro

Na mesma linha de raciocínio, Miguel Castro sublinha que é especialmente preocupante o que se passa ao nível das juntas de freguesia e na rede de casas do povo, que são constantemente usadas pelo governo regional como autênticas agências de publicidade.

Ao contrário do que foi observado há dias por um deputado do PSD, que também é – espantemo-nos – presidente de uma casa do povo, as casas do povo não são, de todo, um braço armado das populações, mas sim um braço armado do PSD, que aquele partido não tem pejo nenhum em usar para garantir que continua agarrado ao poder, dando benesses aos amigos e favorecendo as empresas às quais está ligado, de forma cada vez mais evidente e com efeitos cada vez mais negativos para o cidadão de bem, que trabalha e paga os seus impostos".   Miguel Castro

A juntar a isto, o líder o CHEGA-Madeira afirma que o governo insiste nesta fórmula baixa de propaganda e acção política, muitas vezes beneficiando da passividade e até conivência dos órgãos nacionais de fiscalização, entre os quais a própria Comissão Nacional de Eleições.

Achamos surpreendente e intrigante que as pessoas que são pagas para estarem atentas à conduta dos partidos nunca tenham notado que, sempre que as eleições se aproximam, as casas do povo transformam-se em autênticas centrais de festas, viagens ao Porto Santo, excursões à volta da ilha e toda a espécie de iniciativas e eventos que têm por fim último garantir que as pessoas votam no PSD. Não há inocência, nem altruísmo, na accção das casas do povo, mas apenas a inegável vontade de fazer o jogo do PSD e de garantir que, no dia da votação, a caneta ‘escorrega’ para o lado laranja. São vícios antigos e a nossa única esperança é que as pessoas estejam atentas a estas atitudes sem ética e sem nível, já que as instituições devidas nada fazem".   Miguel Castro