Zelensky reitera que luta na linha da frente é "dura" mas que Kiev "domina"
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou hoje a admitir que a contraofensiva da Ucrânia "está a ser difícil", mas garantiu que as tropas ucranianas "estão a dominar as forças russas".
"Os ocupantes estão a tentar com todas as suas forças parar os nossos homens. Os combates são muito violentos", admitiu Zelensky na tradicional mensagem diária, assegurando, porém, que, "seja o que for que o inimigo faça, é o exército ucraniano que domina".
A Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho para afastar as forças russas dos territórios do leste e do sul, mas desde então tem feito progressos modestos.
Na mensagem, Zelensky falou dos "fortes combates" que decorrem nas áreas-chave de Lyman, Bakhmut e Avdiivka, no leste do país, mas também na frente sul.
Em 2022, a Ucrânia recapturou vastas áreas de território em torno de Kherson e Kharkiv em rápidas contraofensivas. Mas as forças ucranianas estão agora a enfrentar posições defensivas russas entrincheiradas.
"Também gostaria de mencionar os soldados do destacamento da fronteira de Ismail, que, juntamente com as unidades navais, se opõem aos ataques russos com 'shaheds'" (o HESA Shahed 136, ou Geran 2, em serviço da Rússia, é um drone suicida por impulsão desenvolvido e fabricado no Irão pela Shahed Aviation Industrie), acrescentou.
"No total, os terroristas já lançaram pelo menos 1.961 'shahed' contra a Ucrânia e uma parte significativa foi abatida. Infelizmente, nem todos. Trabalhamos para derrubar mais, para derrubar o máximo possível. Estamos a trabalhar para ter mais sistemas de defesa aérea. Esta é uma tarefa de cada um dos nossos embaixadores, todos representantes da Ucrânia", salientou Zelenky.
Zelensky já admitiu no passado que a contraofensiva poderá ser longa e difícil e apelou aos seus aliados para que enviem mais armas.
Hoje, no Conselho de Segurança da ONU, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, acusou a Rússia de "chantagem" com o acordo sobre os cereais do Mar Negro, do que se retirou em julho, e de "agressão" ao sistema alimentar mundial.
Em meados de julho, a Rússia recusou-se a prolongar o acordo que autoriza as exportações ucranianas de cereais através do Mar Negro, o que provocou um aumento dos preços dos cereais que afetou particularmente os países mais pobres.