IL-M preocupado com altas problemáticas sugere criação de mais lares
"Lemos há dias na imprensa que as altas problemáticas nunca foram tantas como agora. Este assunto é para nós de extrema importância. Preocupa-nos mesmo muito. Quem o revelou foi o director clínico do SESARAM, acrescentando que esta situação começará a ter implicações nas cirurgias". As palavras são de Carla Chatterly, candidata N.° 2 da lista do Iniciativa Liberal Madeira (IL-M) às Regionais 2023.
Lembra o partido que se designam por “altas problemáticas” o conjunto de pessoas que, após terem alta clínica, mantêm-se no hospital, ou porque as respectivas famílias não querem, ou não têm condições de os ter em casa ou porque não têm família que os acolha. Terem alta clínica significa que não precisam de tratamento nem internamento hospitalar. Esta situação é mais frequente com pessoas idosas com autonomia reduzida.
Entende o IL-M que "o prolongamento dos internamentos hospitalares para além do período clinicamente necessário, conduz a complicações evitáveis para o doente, aumento do risco de infeções, depressão, desidratação e malnutrição, para além de representar um problema nos tempos de espera para outros internamentos necessários ou mesmo urgentes, ajudando ao congestionamento dos internamentos".
A taxa de utentes abandonados em camas de hospitais na Madeira é de 62,2 por mil habitantes, quando no continente é de 6,7. Isto permite concluir que há uma relação entre este abandono e a pobreza (desemprego, salários mínimos, reformas baixas, etc.).No início deste ano, quando confrontado com esta questão, o Presidente do Governo disse: “é um problema que temos que enfrentar”, destacando que, no seu reino do achismo “as altas problemáticas derivam, em primeiro lugar, de uma situação que decorre das pessoas viverem muito mais anos na Região e terem cuidados médicos na Região”. O quê? Não é isso que os números dizem, a esperança de vida nacional é de 80,72 anos, mais 2,17 anos se comparada com a da Região. Cuidados de saúde? A avaliar pelas listas de espera nas diferentes valências… Até hoje, nunca o Governo Regional conseguiu resolver este problema, que, reconhecemos, é de difícil, mas não impossível, solução. Carla Chatterly, candidata N.° 2 da lista do IL-M às Regionais 2023
Salienta o partido que esta situação tem, também, "custos financeiros muito elevados, que as autoridades não revelam".
Bem sabemos que o problema das altas problemáticas, tem “nuances” que ultrapassam o SRS. As famílias, umas vezes por maldade, outras por falta de condições, pura e simplesmente, deixam os seus familiares nas unidades hospitalares. As altas problemáticas são doentes que tiveram alta, doentes que já não têm justificação para continuarem internados, mas que continuam a precisar de cuidados e atenção. Como tal, deixam de ser um problema de saúde e são um problema de segurança social. O SRS não tem vocação, nem está dimensionado, para resolver estes problemas. Saúde é saúde, medicina é medicina e segurança social é segurança social, embora deva haver áreas de complementaridade entre todas. Carla Chatterly, candidata N.° 2 da lista do IL-M às Regionais 2023
O IL-M defende ser urgente a criação de lares, num esforço que junte sectores público, privado e social, de modo a proporcionar qualidade de vida a quem trabalhou uma vida inteira.
Estranhamos o pouco ou nenhum investimento canalizado pelo PRR para esta área. O que interessa é rebentar com as verbas em perfeitas inutilidades que não resolvem problemas. E este é um deles. Carla Chatterly, candidata N.° 2 da lista do IL-M às Regionais 2023