Chega ao fim e nada muda
Terminada mais uma legislatura do governo regional da Madeira correspondente ao quadriénio 2019/23. Entre projetos concretizados, propostas adiadas e promessas incumpridas lá estaremos de novo em 24 de Setembro com a grande oportunidade fazer a avaliação de mais 4 anos de governação PSD, desta vez apoiado numa bengala chamada CDS-PP. Entre todas as questões a que mais se destacam é a análise feita pelos tradicionais governantes, pois quem não conhece as realidades da região e ao ouvir as intervenções dos membros do governo e dos deputados que o apoiam, entre abotoar e desabotoar de casacos lá foram desfiando um rol de factos das muitas obras inventadas, de utilidade duvidosas ou simplesmente inúteis, fazendo o povinho voltar a acreditar que vive num paraíso. Das 5 prioridades duma sociedade como a nossa, destacam-se: a saúde, a segurança, o trabalho, a educação e o custo de vida que inclui a habitação. Na saúde, logicamente que a bandeira será o novo hospital à anos prometido e finalmente e em boa hora iniciada a sua construção. Mas com a enorme dificuldade em preencher profissionalmente o SRS, assim como cumprir a agenda de serviços; existem atualmente: (18 mil cirurgias, 31 mil consultas e 16 mil exames em espera, números aventados pelo Sr. Secretário da tutela à comunicação social. Será que vamos ter uma solução à vista? Segurança: a criminalidade aumentou em 14% e a violenta grave aproxima-se dos 15% superior ao ano transato, enquanto que o número dos sem abrigo só no Funchal ronda os 120. Na educação a taxa do abandono escolar precoce cifra-se à volta de 10%, sendo que os que atingem o ensino superior, só 30% conclui a sua formação, (dentro do tempo previsto). No trabalho continua a falta de mão de obra em vários sectores, construção civil, hotelaria, turismo e outros. devido à pouca valorização do mesmo e a falta de incentivos à formação, com o aumento substancial da procura turística da região existem muitos trabalhadores que têm de cumprir horários excessivos sem a devida compensação remuneratória, além da contratação de trabalhadores pouco qualificados e «explorados» por vezes pelas entidades empregadoras, sendo muitos deles imigrantes vivendo em condições por vezes precárias. No que a custo de vida diz respeito, a região tem neste momento um aumento nos bens alimentares a rondar os 20% a 30% , daí que a situação para muitas famílias ser desesperada. E finalmente um setor que se tornou no calcanhar de Aquiles: a habitação onde as famílias endividadas à banca ultrapassam já um bom número. Felizmente que caiu o muro de Berlim, isso em Novembro de 1989, mas em Julho de 2023 caiu o taipal da Marina do Lugar de Baixo que atirou quase 200 milhões de euros dos contribuintes ao mar, e esperemos que em Setembro quando os eleitores forem chamados a eleger um novo governo, que se irá querer de novo voltar a afirmar em mais um manancial de promessas a promover no Chão da Lagoa e que façam cair a máscara da corrupção. Hostilizar aqueles que se apresentam como alternativa, talvez quererão tentando «engoli-los» ou converte-los de bengala em um par de canadianas recorrendo ao desespero do voto útil não é suficiente para vencer eleições, revejam-se nos nossos vizinhos Espanhóis. Para pôr fim ao medo de mudar de ideias e por não ter vergonha de pensar livremente, teremos de motivar (o maior partido da democracia); os 125 mil eleitores madeirenses abstencionistas desiludidos, decepcionados, defraudados e enganados e que já não se revêem neste modelo de democracia, pois para pôr fim à corrupção, nunca será com abstenção. Para restaurar a democracia, restituir a liberdade e resgatar os valores da sociedade, tendo como base a família, votar será sempre a solução.
A. J. Ferreira