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Ministro israelita de extrema-direita exorta à anexação da Cisjordânia ocupada

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O ministro do Património de Israel, o ultra direitista Amichai Eliyahu, exortou hoje à anexação pelo Governo do território palestiniano ocupado da Cisjordânia e afirmou que a designada Linha Verde, que a separa do Estado israelita, é "fictícia".

"De facto, não creio que exista uma Linha Verde. É uma linha fictícia. Esta é a nossa pátria e foi aqui que surgiu o povo judeu. Deveríamos impor a soberania israelita sobre a Judeia e Samaria", afirmou hoje Eliyahu em entrevista à Rádio do Exército, ao utilizar o nome histórico-bíblico da Cisjordânia.

Segundo o ministro, Israel deveria rejeitar a ideia dos dois Estados e avançar na anexação "o mais depressa possível e da forma mais inteligente possível".

"Deveríamos começar a dizer isto, em alta voz e de forma clara em todas as situações, para fomentar o reconhecimento internacional de que este lugar é nosso", indicou Eliyahu, do partido ultra nacionalista e supremacista Poder Judeu, que possui a sua base eleitoral entre a população dos colonatos instalados na Cisjordânia ocupada e que segundo as organizações internacionais são ilegais.

O atual Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é apoiado e integra partidos ultraortodoxos e de extrema-direita, conotados com a ideologia do sionismo religioso e apoiantes da anexação da Cisjordânia, uma questão incluída nos acordos de coligação, mas de momento sem caráter vinculativo.

A Linha Verde demarcou a fronteira entre Israel e os seus vizinhos árabes no armistício de 1948, na sequência da primeira guerra israelo-árabe, que deflagrou em 1948 após a criação do Estado de Israel.

Na Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel ocupou os Montes Golã (território sírio) Jerusalém leste, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Mais tarde anexou os Golã e a metade leste de Jerusalém, enquanto mantém uma prolongada ocupação militar na Cisjordânia.

Em 2019, Netanyahu promoveu um plano para a expansão da soberania israelita, uma anexação de facto, a todos os colonatos da Cisjordânia e do vale do Jordão.

O projeto foi adiado no âmbito de um "acordo de normalização" com os Emirados Árabes Unidos em 2020.