Em Setembro país vai viver a maior manifestação de sempre pela habitação, diz Mariana Mortágua
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) disse hoje que em setembro o país vai viver a maior manifestação de sempre pela habitação para dizer ao Governo que é preciso mudar de agulha.
"Setembro é o mês da crise da habitação e é o mês das respostas pela habitação e a resposta vai ser no dia 30 de setembro quando este país sair à rua, quando os lesados dos juros da banca saírem à rua, quando os estudantes saírem a rua, quando uma geração inteira que não consegue ver o futuro porque não tem casa sair à rua e dizer ao Governo que é preciso mudar de agulha", disse Mariana Mortágua.
A líder do BE falava aos jornalistas durante uma visita às festas populares de Corroios, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal.
"Entendemos que a crise da habitação coloca em causa algumas das melhores coisas que o país conseguiu construir e uma delas é o direito à habitação. Estamos a voltar aos tempos em que as famílias têm de fazer um sacrifício para por os seus filhos na universidade porque não conseguem pagar um quarto",frisou.
Maria Mortágua acusou o Governo de ter apresentado um simulacro que não visa resolver nenhum problema da habitação e que o país "já percebeu que simulacros não resolvem problemas".
"E é isso que é preciso dizer ao Governo no dia 30 de setembro. Este país vai ver as maiores manifestações populares pelo direito à habitação e serão essas manifestações que vão ditar as respostas que o país precisa", frisou.
Questionada sobre o veto presidencial ao pacote mais habitação e sobre o anuncio socialista de que irá confirma-lo no inicio da próxima sessão legislativa, a coordenadora do BE disse que "a maioria absoluta pode ultrapassar o veto do Presidente da República, mas não pode ultrapassar a vontade popular".
"As pessoas precisam de uma casa hoje, amanhã, não é daqui a cinco ou dez anos, a urgência é para agora e é essa urgência que queremos", salientou.
A plataforma Casa Para Viver convocou uma manifestação para 30 de setembro. A Casa Para Viver agrega cerca de uma centena de organizações da sociedade civil, algumas dedicadas especificamente à questão da habitação, mas também cívicas, ambientalistas, feministas, antirracistas e anticapitalistas, bem como coletivos locais, comunitários e de moradores.