Criminalidade registada pela PSP no Algarve aumentou nos primeiros seis meses do ano
A criminalidade registada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) no Algarve, nos seis primeiros meses do ano, aumentou face ao mesmo período de 2022, segundo os dados apresentados hoje pelo comandante distrital de Faro.
De acordo com os dados provisórios apresentados pelo superintendente Dário Prates, entre janeiro e julho verificou-se um aumento de 17,1% na criminalidade geral e de 6,1 % na criminalidade violenta e grave, comparativamente com o mesmo período do ano passado.
A revelação foi feita durante a cerimónia oficial das comemorações do 136.º aniversário do Comando Distrital de Faro da polícia, que decorreu na cidade de Lagos, presidida pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
A área de responsabilidade territorial no Algarve engloba as cidades de Faro, Portimão, Lagos, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, a Divisão de Segurança Aeroportuária e uma Força Destacada da Unidade Especial de Polícia, ambas sediadas no Aeroporto Internacional Gago Coutinho, em Faro.
Na retrospetiva da atividade policial no Algarve divulgada por Dário Prates, comparando a atividade policial entre 2019 e 2022, verificou-se um aumento da criminalidade geral de 1,6%, mas uma diminuição da criminalidade violenta e grave de 7,6%.
O responsável avançou que "o peso relativo da criminalidade no Algarve na área da responsabilidade da PSP é de 28% na criminalidade geral e de 38% na violenta e grave".
"Os crimes de furto de oportunidade, de veículo motorizado, em edifício comercial sem arrombamento e por carteiristas, são os crimes com maior aumento", apontou.
Por outro lado, disse, os furtos em residências, em edifício comercial com arrombamento, por desobediência e furto de veículo motorizado, foram os que apresentaram a maior diminuição.
Com um total de 818 polícias no quadro, o comandante distrital de Faro destacou da atividade operacional desenvolvida em 2022, a detenção de 1.086 pessoas, a apreensão de seis armas de fogo e 82 viaturas, a destruição de 950 armas de fogo, 791 operações de fiscalização rodoviária e 1.184 operações policiais.
Para enfrentar os desafios que se colocam à polícia, Dário Duarte apontou três eixos fundamentais centrados "na renovação dos recursos humanos, a assunção das novas responsabilidades do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a melhoria e articulação na segurança urbana".
"São os nossos três maiores desafios num futuro próximo e é bom que estejamos todos alinhados, desde o polícia mais novo do comando até ao comandante distrital de Faro, na estratégia que vamos ter de adotar para estes desafios que identificámos como de topo e os mais prioritários", concluiu.
Por seu lado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, recordou que Portugal "continua a ser um dos países mais seguros, quinto na Europa e sétimo no mundo, o que muito se deve às forças de segurança".
O governante afirmou que o Governo "vai continuar a investir na valorização dos polícias e nas forças de segurança, no sentido de as tornar mais atrativas para as futuras gerações".
"Temos 607 milhões de euros para investir na requalificação de infraestruturas e equipamentos, novos contratos, modernização tecnológica e de transportes", referiu.
José Luís Carneiro reconheceu, contudo, que "muito há ainda a fazer para tornar esta atividade [policial] mais atrativa para as novas gerações".
Depois de presidir à cerimónia oficial e entregar condecorações aos polícias que se destacaram na atividade, o ministro visitou os meios policiais expostos junto ao Forte Ponta da Bandeira, naquela cidade algarvia.
Na cerimónia participaram também, o diretor nacional da PSP, Magina da Silva, representantes das diversas forças de segurança, magistrados, deputados e autarcas.