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São Tomé e Príncipe adia para 2027 prazo para erradicação da malária

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São Tomé e Príncipe adiou para 2027 o prazo para a erradicação da malária do país, afirmou hoje o ministro da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais, que admitiu que esta doença é um entrave à captação de turistas.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao Centro Policlínico de Água Grande, com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros português, Celsio Junqueira admitiu que os objetivos iniciais de erradicar a doença até 2025 não se cumpriram, levando o Governo a aprovar um novo plano estratégico que contempla o ano de 2027.

"Nós temos um 'handicap' que é, e está claramente identificado sobretudo na oferta turística, que é a questão da malária", porque "nenhum país se desenvolve com a malária com uma patologia com prevalência e nós estamos a apostar na erradicação da malária", afirmou o governante.

Quando a malária for erradicada, isso "vai dar uma maior confiança na resposta dos serviços de saúde à população que faz turismo e que resolve escolher São Tomé como destino", salientou, admitindo que, noutras áreas, os inquéritos de satisfação aos estrangeiros são positivos.

"Noutras ofertas de serviços de saúde, os turistas que vêm não têm criticado, até porque, em termos de resposta, a nossa mortalidade não é tão elevada em termos de doenças tipicamente africanas", disse, salientando que o perfil do país está a mudar, graças à aposta na prevenção.

Segundo o ministro "há uma transição do perfil epidemiológico daquelas enfermidades", que era característica da região, e agora há uma "incidência de doenças de países ricos, ou seja, diabetes, hipertensão ou cancro".

"Por isso, agora estamos com um novo enfoque, que é o foco nos cuidados primários e, nesse sentido, o apoio da cooperação portuguesa é fundamental porque nós temos tido constrangimentos orçamentais e restrições financeiras", disse Celsio Junqueira, que apontou o exemplo da recuperação de "26 postos de saúde de uma só vez".

De acordo com o governante, o país tem infraestruturas "que são heranças coloniais e elas carecem de manutenção para poder atender melhor" a população e os bons índices na área da saúde, em comparação com os países limítrofes também criam novas exigências.

"Nós temos um duplo sentimento em comparação com os nossos países vizinhos africanos: estamos muito melhores, mas, para a nossa população, a saúde, como em todo lado, continua a ter queixas e reclamações", disse.