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EUA iniciam em Outubro treino de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16

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Os Estados Unidos vão iniciar em outubro o treino de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16, anunciou hoje o Pentágono, depois de três países europeus se terem comprometido a fornecer estas aeronaves, como pedido por Kiev.

O porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Pat Ryder, disse hoje em conferência de imprensa que os pilotos ucranianos terão a partir de setembro aulas de inglês, necessárias para pilotar os caças de fabrico norte-americano, e no mês seguinte começarão o treino na base da Guarda Nacional em Tucson (Estado do Arizona).

O anúncio foi feito no dia em que a Ucrânia celebra o aniversário da sua independência, que coincide com os 18 meses da invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.

Ryder evitou especificar o número de ucranianos que integrarão o programa de treino, embora tenha antecipado que serão "vários pilotos e dezenas de trabalhadores em formação".

As aulas de inglês serão ministradas na Base Aérea de Lackland, em San Antonio (Texas), antes de os pilotos seguirem para Tucson para instrução de voo.

O porta-voz do Pentágono lembrou que a Dinamarca e a Holanda confirmaram que entregarão F-16 à Ucrânia, e que os EUA mantêm contacto "estreito" com esses países e com outros aliados para garantir que o treino dos EUA complementa os esforços de outros parceiros na coligação que apoia Kiev.

Também a Noruega vai dar aviões de combate F-16 à Ucrânia, anunciou hoje o primeiro-ministro norueguês.

"Planeamos dar aviões caças F-16 noruegueses à Ucrânia e forneceremos posteriormente mais pormenores sobre o número e a data para a entrega", declarou Jonas Gahr Støre num comunicado, assim confirmando informações avançadas pela comunicação social norueguesa.

Segundo a agência de notícias norueguesa NTB, que falou com o primeiro-ministro durante a sua deslocação, o número de caças a fornecer situar-se-á entre cinco e dez, e mais próximo do limite inferior deste intervalo.

Dos 57 caças de combate F-16 noruegueses oficialmente colocados à venda após a aquisição pelo país de aparelhos F-35 mais modernos, 32 já foram vendidos à Roménia e mais 12 ao grupo privado norte-americano Draken International, mas ainda não foram entregues.

Segundo a NTB, que cita o chefe do executivo norueguês, esta transação foi cancelada.

Copenhaga prometeu 19 aeronaves, ao passo que Haia deverá enviar 42, segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A Ucrânia tem vindo a pressionar os aliados ocidentais há vários meses para que lhe forneçam F-16 de fabrico norte-americano.

As forças ucranianas continuam a utilizar aviões de combate da era soviética e a contraofensiva iniciada em junho está a avançar sem apoio aéreo, o que, segundo analistas, constitui uma grande desvantagem.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Questionado hoje em Kiev sobre que garantias adicionais de apoio é que Portugal pode dar à Ucrânia, nomeadamente com o envio de caças F-16, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que "até este momento, [o país] já disponibilizou, no âmbito da sua cooperação militar, o treino e tudo o que possa respeitar a infraestruturas e manutenção no domínio de meios aéreos".

Até hoje, a posição de Portugal é a de participar na formação de pilotos ucranianos nos caças F-16, assim como a sua manutenção, mas não colocou em cima da mesa a disponibilização das aeronaves de combate. 

O Ministério da Defesa referiu em várias ocasiões a totalidade dos F-16 que Portugal tem e que estão operacionais está empenhada no patrulhamento do espaço aéreo português e em missões da Aliança Atlântica.