Taiwan vai voltar a receber turistas da China após suspensão devido à covid-19
Taiwan anunciou hoje que vai reabrir as fronteiras aos turistas da China a partir de 01 de setembro, num novo passo para a normalização das viagens entre os dois lados do estreito.
O anúncio surge depois de Taipé ter encerrado as fronteiras a viajantes estrangeiros no início de 2020, como medida de combate à pandemia de covid-19, noticiou a agência taiwanesa CNA.
Inicialmente, apenas os turistas chineses que entrem a partir de um país terceiro, como os Estados Unidos, o Japão ou a Coreia do Sul, serão autorizados a entrar.
Os cidadãos chineses que vivem no estrangeiro ou nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau também poderão candidatar-se a entrar em Taiwan como turistas.
A partir de segunda-feira, 28 de agosto, Taiwan permitirá igualmente que os cidadãos da China solicitem a entrada no país com vistos de negócios de curta duração.
Para o efeito, terá início na segunda-feira um período de preparação de um mês, depois do qual os grupos turísticos chineses serão autorizados a entrar.
A data exata de início será decidida "após ter em conta a resposta da China", disse o porta-voz do Conselho para os Assuntos Continentais do Governo de Taiwan, Chan Chih-hung, segundo a agência espanhola EFE.
Se o plano para permitir a entrada de grupos turísticos chineses se concretizar, o número de pessoas autorizadas a entrar nessa categoria será limitado a 2.000 por dia.
Com base no princípio da reciprocidade, as agências de viagens taiwanesas serão igualmente convidadas a limitar as viagens à China ao mesmo número de pessoas.
"É uma notícia muito entusiasmante", afirmou o presidente da Associação de Turismo de Taiwan, Chen Tsung-jen.
"Tem sido um longo caminho, mas estamos finalmente a começar a ver a luz ao fundo do túnel", acrescentou.
A reabertura das fronteiras aos turistas chineses é um passo importante para a economia de Taiwan, que depende fortemente do turismo.
Em 2019, antes da pandemia, Taiwan recebeu mais de 4,5 milhões de turistas estrangeiros, dos quais 2,3 milhões eram da China.
Pequim considera que Taiwan faz parte do território da China e ameaça tomar a ilha pela força se Taipé declarar a independência.
O conflito remonta a 1949, quando o antigo governo nacionalista chinês se refugiou em Taiwan depois de ter perdido a guerra civil para os comunistas, de que resultou a proclamação da República Popular da China.
Pequim tem intensificado a pressão sobre Taiwan com incursões cada vez mais frequentes de aviões militares na zona de defesa aérea da ilha, que tem 23 milhões de habitantes.
Em 2022, as forças armadas chinesas fizeram exercícios em grande escala ao redor de Taiwan e intensificaram continuamente as patrulhas aéreas e navais nas proximidades da ilha.
No final de julho, as autoridades de Taiwan realizaram pela primeira vez um exercício militar no aeroporto internacional de Taoyuan, que serve a capital Taipé, simulando um ataque de tropas da China.
A ilha está separada do continente chinês pelo Estreito de Taiwan, com 130 quilómetros de distância no ponto mais próximo, que é uma das principais rotas de passagem das mercadorias da região para os mercados mundiais.