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Partido russo acusa "canalhas específicos" da morte de Prigozhin

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Foto DR

O líder do partido Rússia Justa, Serguei Mironov, denunciou hoje que o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi morto por "canalhas específicos", que não identificou, cujo "castigo será inevitável".

"Prigozhin estava no caminho de muitos na Rússia, na Ucrânia e no Ocidente", escreveu Mironov nas redes sociais, citado pela agência espanhola EFE.

O nome de Prigozhin, 62 anos, constava da lista de passageiros de um avião privado que se despenhou por razões desconhecidas na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, segundo as autoridades russas.

O líder do Rússia Justa fez eco das acusações nas redes sociais de que o avião em que viajaria Prigozhin teria sido abatido por um míssil ou por uma bomba colocada no interior do aparelho.

Mironov disse que, "a certa altura, o número de inimigos [de Prigozhin] atingiu o pico".

"Por isso, no caso de Prigozhin, não é que uma morte abstrata tenha encontrado a sua vítima, mas sim que foram canalhas específicos que o fizeram", afirmou.

"Onde quer que estejam, o castigo será inevitável", acrescentou Serguei Mironov.

O Rússia Justa tem 28 deputados e é o terceiro partido do parlamento russo, dominado pelo partido Rússia Unida, que apoia o Presidente Vladimir Putin, com 321 dos 450 eleitos.

O avião privado fabricado pela brasileira Embraer despenhou-se na região de Tver, a norte de Moscovo, provocando a morte das 10 pessoas a bordo.

A agência de aviação civil Rosaviatsia disse que na lista de passageiros constava também o nome de Dmitri Utkin, braço direito de Prigozhin e antigo oficial dos serviços secretos militares russos.

O Grupo Wagner esteve muito ativo na guerra da Ucrânia, lançada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

No final de junho, depois de ter conquistado a cidade ucraniana de Bakhmut, na mais longa e sangrenta batalha da guerra, o grupo protagonizou uma rebelião contra o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.

Prigozhin exigiu na altura a demissão de Shoigu e do chefe do Estado-maior, Valery Gerasimov, a quem acusou de mandar atacar os militares do Grupo Wagner e de incompetência na guerra contra a Ucrânia.

Durante a breve rebelião, o antigo aliado de Putin ocupou o comando militar russo na cidade de Rostov-on-Don, sudoeste da Rússia, e mandou avançar uma coluna de mercenários para Moscovo.

A coluna voltou para trás após um acordo alegadamente mediado pela Bielorrússia, para onde se terão transferido milhares de mercenários do Grupo Wagner.

Prigozhin esteve ausente das redes sociais durante algum tempo, mas surgiu esta semana num vídeo alegadamente gravado em África, antes do acidente do avião em que supostamente viajava.

O Kremlin (Presidência russa) ainda não comentou o acidente aéreo que terá vitimado o chefe do Grupo Wagner.