Água
Aumento do consumo, aquecimento global, destruição florestal pelos incêndios, desertificação e redução das reservas naturais de água doce fazem dela um recurso cada vez mais escasso. Madeira e Porto Santo refletem a diferença entre ter e não ter reservas naturais de água doce para as necessidades de consumo e a inevitabilidade de obtê-la do mar com maior custo e menor qualidade. O Governo Regional (GR) tem promovido o aumento das reservas de água e evitado o seu desperdício sendo exemplo a Barragem do Paul da Serra e a Central de Bombagem que reutiliza a água devolvendo-a à barragem usando a energia eólica com um impacto ambiental muito positivo. São recorrentes reclamações de consumidores e agricultores, dos que combatem incêndios florestais, de Câmaras contra o GR e vice-versa, com acusações de má gestão, falta de investimento e desperdício pelo obsoletismo da rede de distribuição, que mostram como é crucial uma gestão pública cada vez mais criteriosa e eficaz do nosso recurso natural mais valioso, sobrepondo-se a disputas de cariz político-territorial e capaz de promover os investimentos necessários para otimizar o seu aproveitamento e distribuição, bem como a construção de uma rede de reservatórios para o melhor aproveitamento possível das águas das chuvas, cada vez mais incertas e torrenciais fruto das alterações climáticas. Além da prevenção cada vez mais eficaz em meios humanos, materiais e tecnológicos, só a disponibilidade rápida e imediata de água permitirá atacar logo de início qualquer foco de incêndio florestal antes que se torne numa tragédia incontrolável como aconteceu na ilha de Tenerife. Torna-se premente criar um organismo público regional tutelado pelo GR e fiscalizado pela ALRAM para gerir com critério, competência, rigor e equidade a globalidade dos nossos recursos hídricos que a cada dia que passa se tornarão cada vez mais escassos. A água é o recurso natural mais valioso para a nossa sobrevivência e por isso nunca deverá ser privatizada.
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