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Por uma Autonomia mais democrática

Daqui a um mês decide-se mais um futuro ciclo governativo na Madeira. Será mais uma oportunidade de escolha de um governo autonómico.

De ciclo em ciclo, já lá vão 47 anos do mesmo partido a governar, com os tiques e defeitos de quem se perpetua no poder, legitimado pelo voto, mesmo que não obtido apenas por mérito próprio, se não por alguns/muitos atropelos à democracia, pela manipulação das pessoas e pela instrumentalização das instituições públicas, sem esquecer o conluio de outras entidades públicas, privadas, de cariz social e outras de cariz religioso.

De ciclo em ciclo, a Democracia fica mais fraca. De ciclo em ciclo, a Autonomia fica mais refém de um só partido.

Aquilo que temos constatado é que o PSD utiliza a máquina governativa, em seu favor, mesmo que seja preciso exercer algum tipo de pressão ou coação aos trabalhadores que colocam o sistema a funcionar. E o funcionamento de sistema depende dos trabalhadores públicos.

Mais Autonomia não significa necessariamente mais Democracia. Isso depende de quem gere a coisa pública. E depende também do modo como nós exercemos a nossa cidadania. O cidadão pode exercer o seu voto de forma livre e anónima, se assim o entender, no pleno direito que lhe é concedido pela Constituição Portuguesa, a mesma constituição que reconhece as autonomias com a sua forma de governo próprio.

E uma Democracia, assim como a Autonomia, realiza-se em pleno quando há alternância de partidos no poder. Sem medo, pois o medo tolhe o desenvolvimento e a estagnação cria um ambiente pouco saudável, como a água parada, que fica imprópria para consumo humano.

Não há melhor Autonomia, sem melhor Democracia.

Quero uma Madeira sem medo, sem estagnação, sem dependências, sem privilégios, com liberdade. E assim será com Sérgio Gonçalves.