ADN garante que vai impugnar lista do Chega
Das 13 candidaturas, a de Miguel Pita é a primeira a avançar com o processo
O cabeça de lista da Alternativa Democrática Nacional (ADN) garantiu que o partido vai avançar com uma reclamação das irregularidades da candidatura do Chega às eleições Regionais, que se realizam a 24 de Setembro.
Miguel Pita, em declarações ao DIÁRIO, deixou claro que tem o apoio do líder nacional, Bruno Fialho, para que a impugnação vá para a frente, situação que pode fazer até ao dia de amanhã no Tribunal Judicial do Funchal. Após isto, o juiz terá 48 horas para responder. Desta decisão poderá haver recurso para o Tribunal Constitucional.
"Nós apresentamos isso à parte jurídica do partido a nível nacional, esta foi uma noite longa até à uma da manhã e vamos avançar, tenho o apoio do presidente Bruno Fialho para que isso seja feito", sublinhou.
Se o Tribunal permitir que esse partido vá a eleições vai criar um problema grave e esse problema grave é que o TC ilegalizou. Esse partido vai ter que ir a Congresso. Neste momento nem presidente tem, ou seja, está totalmente em serviço de gestão. Por isso, como é que pode ir a eleições, como é que as pessoas podem confiar neles? Como é que eles próprios podem dizer que são contra as ilegalidades se eles estão ilegais? Este partido a ir a eleições é ser conivente com as ilegalidades. Miguel Pita, cabeça de lista do ADN
Apesar de não saber se algum outro partido vai acompanhar as reclamações do ADN, Miguel Pita reforçou que vai avançar, independentemente das represálias que daí possam advir, uma vez que é ex-militante do Chega.
"É curioso que há 13 candidaturas para as eleições, uma está ilegal, e os outros 11 estão sentados a dizer que são oposição, mas estão todos sentados a ver quem é que avança. Nós vamos avançar. Claro que isso não é popular e que vamos ter situações, que eu já sei, que vão dizer que é vingança. Mas não, é apenas a legalidade", frisou.
"Falar de corrupção é fácil, qualquer um fala, e esse partido é um partido que está a dizer que vai lutar contra a corrupção, mas internamente eles não estão legais para poder ir a eleições e não têm moral. E eu sei disso, porque eu estive lá dentro", disse, acrescentando que a situação interna do Chega "não é nada, mas mesmo nada daquilo que as pessoas pensam".
O Chega foi a minha primeira experiência política, na qual eu entrei num mundo que eu acreditei e depois vi não era nada daquilo. A democracia que se fala para a rua e a liberdade de expressão têm que ser aplicadas dentro do partido, e isso é algo que agora tenho dentro do ADN. O Dr. Bruno Fialho deu-me toda a liberdade de expressão e eu nunca apanhei nenhum processo na Comissão de Ética, enquanto que nesse partido eu apanhei tantos processos. Até existiu um processo que estava sobreposto a outro. Ou seja, eu ainda estava a cumprir e já tinha outro em cima e com proposta de expulsão. Mas eu não deixei que me expulsassem, eu saí, e o ADN chamou-me Miguel Pita, cabeça de lista