"É inaceitável termos antigos combatentes na miséria", diz o CHEGA-Madeira
Há cerca de três anos foi aprovado, na Assembleia da República, o Estatuto do Antigo Combatente, recorda o presidente do CHEGA-Madeira e cabeça-de-lista do partido às eleições legislativas regionais, Miguel Castro. Apesar da legislação ter sido um reconhecimento moral do papel histórico assumido pelos antigos combatentes, sublinha que ficou por efectivar um similar reconhecimento material, especialmente tendo em conta que, nos dias que correm, muitos antigos combatentes enfrentam grandes dificuldades e, em alguns casos, até carências profundas, as quais, por falta de representação mediática, continuam a ser ignoradas por sucessivos governos, não só do PS, mas também do PSD, que não têm dedicado a este assunto a atenção, nem os recursos, que o mesmo merece.
Para Miguel Castro, esta situação, que se arrasta há demasiado tempo, é totalmente inaceitável.
Como sociedade e como país, devemos aos antigos combatentes uma grande parte da nossa identidade nacional, pois foram eles que, de forma altruísta e com enorme sentido de missão, estiveram na linha da frente das grandes batalhas nas quais foram discutidas a independência, a integridade e a afirmação na nação nos mais diversos palcos geográficos e políticos. Todavia, o valor e a importância do contributo inigualável que fizeram ao país está longe de ser correspondido pela classe política, que muita evoca os antigos combatentes nos feriados, mas nada tem feito para ajudá-los a viver uma vida digna.” Miguel Castro
Na mesma linha de pensamento, critica, em especial, o actual governo socialista, pelos sucessivos chumbos que tem feito a medidas que tinham por objectivo melhorar a vida dos combatentes.
O PS, que foi um dos partidos fundadores do regime e que, por isso, deveria ter uma postura exemplar quanto aos antigos combatentes, tem um registo vergonhoso de chumbos a todas as medidas que visavam apoiar os antigos combatentes. Por exemplo, rejeitou, em Junho do ano passado, uma proposta do CHEGA que previa aumentar o valor relativo ao complemento especial de pensão dos antigos combatentes em trezentos euros por mês, independentemente do tempo de serviço prestado. Como se isto não fosse suficiente, também rejeitou propostas de outros partidos que previam um complemento vitalício de pensão de cinquenta euros mensais". Miguel Castro
A juntar a isto, o líder o CHEGA-Madeira afirma que a irresponsabilidade com que o regime tem olhado para a questão dos combatentes não se limita ao PS, mas abrange, também, e em larga medida, o PSD.
O actual governo socialista, por mais de uma vez, chumbou medidas que melhoravam a vida financeira dos antigos combatentes, porém o próprio PSD também não tem olhado para os antigos combatentes com seriedade. Pelo contrário, sempre que tem sido governo, na república ou nas duas regiões autónomas, aquele partido não tem ido além da retórica, pois, ao nível das acções concretas, o trabalho tem sido pouco ou nenhum". Miguel Castro
A concluir, Miguel Castro exulta os partidos com representação parlamentar a promover um acordo de regime que permita ao país reconhecer, “nas palavras, mas também nos actos”, o contributo dos antigos combatentes para a existência da nação, o qual é mais do que merecedor de uma vida digna.
“A adequada compensação dos antigos combatentes é um assunto de suficiente relevância para suscitar um acordo entre todos os partidos com representação. Por isso mesmo, apelamos aos mesmos para que unam esforços no sentido de aumentar o complemento especial de pensão dos antigos combatentes num valor que lhes permita fazer frente aos muitos e pesados desafios eu enfrentam, à semelhança de tantos outros cidadãos. Os combatentes arriscaram tudo por nós. Muitos, deram tudo. É mais que tempo de por fim à miséria em que muitos vivem", concluiu.