Capela católica destruída em novo ataque incendiário no sul do Chile
Uma capela católica ficou totalmente destruída após um novo ataque incendiário no sul do Chile, na comuna de Cañete, região de Biobío, mas o ataque ainda não foi reivindicado por qualquer grupo, informaram ontem as autoridades locais.
Um ataque do mesmo género foi registado em Curacautín, na região vizinha de La Araucanía, onde os incendiários deixaram uma tela com mensagens de apoio aos presos mapuche, que há mais de 100 dias se mantêm em greve de fome para exigir a transferência para outro estabelecimento prisional.
Os detidos pedem o regresso à prisão de Angol, de onde foram transferidos para um estabelecimento mais distante após protagonizarem um motim no início de maio.
Desde meados de 2022 que se encontra em vigor na região um estado constitucional de exceção, 11 vezes ratificado pelo Congresso, que permite o destacamento de militares para ajudar os Carabineiros (polícia militarizada) a controlar a ordem pública, incluindo nas estradas e caminhos.
Em La Araucanía e noutras zonas do sul do Chile, como Biobío, existe uma disputa territorial entre o Estado, algumas comunidades mapuche e empresas que exploram terras consideradas ancestrais pelos indígenas.
O povo mapuche, etnia indígena mais numerosa do Chile, reclama os territórios que ocupou durante séculos, antes de serem ocupados à força pelo Estado chileno, em finais do século XIX e que agora pertencem, na sua maioria, a empresas de exploração florestal.
Neste contexto, são frequentes os ataques incendiários a máquinas e edifícios naquela zona do país.
O conflito já custou a vida a um grande número de mapuches às mãos de agentes do Estado, mas há também registo de mortes de agentes policiais e de greves de fome de presos indígenas.