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Presidentes ucraniano e sérvio de acordo sobre integridade territorial

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Foto EPA

Os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Sérvia, Aleksandar Vucic, reuniram-se hoje em Atenas e concordaram com o respeito pela integridade territorial dos dois países, apesar das divergências entre Kiev e Belgrado.

Vucic disse aos meios de comunicação social sérvios após a reunião bilateral com Zelensky que a Sérvia, um aliado tradicional da Rússia, "apoia a integridade territorial da Ucrânia", segundo a agência espanhola EFE.

"A Sérvia (...) não altera essa posição, é muito estável nessa matéria. Tem uma abordagem honesta, ao contrário de alguns que respeitam a integridade territorial da Ucrânia, porque lhes convém, mas não a integridade territorial da Sérvia", afirmou.

Vucic aludia ao Kosovo, que se declarou independente da Sérvia em 2008, uma proclamação não reconhecida por Belgrado, que a considera contrária ao direito internacional, nem por Moscovo.

A independência do Kosovo é reconhecida pela maioria dos parceiros ocidentais, mas não por cinco países da União Europeia (UE) - Espanha, Grécia, Chipre, Eslováquia e Roménia.

A Ucrânia não reconhece a independência do Kosovo, mas há vozes entre os políticos ucranianos a favor desse reconhecimento devido ao forte apoio de Pristina a Kiev.

Vucic disse que a Ucrânia não irá alterar a posição em relação ao Kosovo, porque "quer ter uma situação legal limpa".

O Presidente sérvio segue uma política de equilíbrio entre as aspirações de adesão do país à UE e as boas relações tradicionais com Moscovo.

A Sérvia condenou a invasão russa e defende a integridade territorial da Ucrânia, mas não aderiu às sanções da UE contra a Rússia.

"A conversa com Zelensky foi amigável, sincera, aberta e construtiva", disse Vucic à imprensa sérvia após o encontro em Atenas, onde ambos participaram numa reunião informal de líderes da Europa do Sudeste e da UE.

Zelensky também descreveu a conversa com Vucic como "aberta, honesta e produtiva", numa declaração que divulgou nas redes sociais.

"Uma boa conversa. Sobre o respeito pela Carta das Nações Unidas e a inviolabilidade das fronteiras. Sobre o futuro dos nossos povos numa casa europeia comum. Sobre o desenvolvimento das relações, que é o nosso interesse comum", acrescentou, citado pela agência Ukrinform.

A reunião de Atenas resultou numa declaração conjunta em que os líderes dos 10 países do sudeste europeu apoiaram "sem reservas" a independência, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face à agressão de Moscovo.

Afirmaram também que "não pode haver impunidade para os crimes de guerra e outras atrocidades, tais como ataques a civis e destruição de infraestruturas", e que todos os implicados "devem ser responsabilizados".

A declaração foi assinada pelos presidentes e primeiros-ministros da Sérvia, Moldova, Ucrânia, Montenegro, Grécia, Roménia, Kosovo, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Bulgária e Croácia.

A Albânia não participou na reunião devido ao esfriamento das relações entre Tirana e Atenas.

O documento foi divulgado após um jantar e um debate, na segunda-feira à noite, em que também participaram a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.