“PSD não tem respostas para a crise na habitação”, diz o Chega
Partido critica critica "especulação selvagem" no mercado imobiliário
Miguel Castro afirmou, ontem, que “no que toca à crise na habitação, o governo andar a fazer um jogo deveras vergonhoso com a população".
O presidente do Chega-Madeira e cabeça-de-lista do partido às Eleições Legislativas Regionais, que falava à margem das Festas de São Roque, disse que o executivo liderado pelo PSD "culpa os mercados e a banca pelo estado de coisas a que chegamos, escondendo dos eleitores as culpas que tem nesta matéria".
Miguel Castro vai mais longe e diz que o Governo "não tem tido a coragem de intervir e de por um fim à pouca-vergonha que está a acontecer em toda a Região no valor dos preços das casas e nas condições exigidas a quem quer comprar.”
Não perdoamos, nem esquecemos, a negligência que o governo tem tido em todo este processo, pois, há muito, deveria ter tomado a iniciativa e usado os poderes que tem ao seu dispor para colocar um término à especulação selvagem que está a empurrar os madeirenses para fora das suas cidades.
Comentando as conversas tidas com a população, o dirigente regional do Chega, realçou que várias das pessoas com quem falou, "especialmente as de escalões etários mais jovens, expressaram grandes preocupações quanto ao mercado habitacional, enfatizando o facto de não conseguirem reunir as condições exigidas pelos bancos para a compra de casa própria".
Miguel Castro sublinha que o tema da habitação, "por estar directamente relacionado com a formação de famílias e a renovação geracional, é demasiadamente importante para ser deixado ao saber das forças do mercado".
“O Chega defende o funcionamento livre dos mercados e sabemos, há muito tempo, que a banca se converteu num negócio desumano, que se esqueceu dos cidadãos que pagaram os regastes dos mesmos bancos que, agora, numa altura de necessidade, lhes fecham as portas", declarou.
O líder do Chega notou ainda "o governo poderia olhar para o exemplo do que está a ser feito no estrangeiro, nomeadamente na Itália, procurando soluções que sirvam os cidadãos, em especial os jovens que querem começar a sua vida fora da casa dos pais, em vez de defender apenas os interesses de certos grupos económicos".
“A Itália taxou, em bem, o lucro extraordinário dos bancos para ajudar a financiar apoios por causa do crédito à habitação, cujos juros dispararam à boleia da subida das taxas do banco central europeu. O nosso país deveria seguir este bom exemplo e complementá-lo com outras medidas que ajustassem o valor da habitação à realidade portuguesa e forçassem a banca a oferecer condições especiais no crédito à habitação aos jovens, pois, afinal, o banco já tem a garantia fundamental, que é o próprio imóvel", sustentou.
"O direito à habitação é um direito humano, e, à pala de negociatas e outros interesses, os portugueses não podem continuar a ser explorados e empurrados para longe dos sítios onde trabalham e onde querem viver", concluiu o candidato citado em nota de imprensa.