China anuncia detenção de mais um alegado espião chinês ao serviço da CIA
O Ministério de Segurança do Estado da China anunciou hoje a detenção de um funcionário chinês acusado de espiar para a agência central de segurança e vigilância norte-americana (CIA).
Segundo as autoridades chinesas, o detido é um funcionário de 39 anos, de sobrenome Hao, que terá sido "recrutado pela CIA enquanto estudava no Japão".
Em comunicado, o ministério chinês referiu que um funcionário da embaixada dos Estados Unidos naquele país conquistou a confiança de Hao através de presentes e convites para jantares.
"Antes de terminar os estudos no estrangeiro, foi oficialmente recrutado por um membro da CIA e assinou um acordo de espionagem com os Estados Unidos", acrescentou a mesma fonte.
De acordo com o mesmo comunicado, Hao começou a trabalhar num ministério não especificado, após ter regressado ao território chinês, e "reuniu-se com funcionários da CIA na China em várias ocasiões, para oferecer informações em troca de dinheiro".
O Ministério de Segurança do Estado disse, no início do mês, ter detido outro alegado espião chinês, que foi contratado por um funcionário da embaixada dos Estados Unidos em Itália.
A China alterou, em julho passado, a Lei de Contraespionagem para incluir a "colaboração com organizações de espionagem e seus agentes" na categoria de espionagem.
A legislação passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, num momento em que o Presidente chinês, Xi Jinping, tem vindo a enfatizar a necessidade de construir uma "nova arquitetura de segurança".
O Ministério de Segurança do Estado chinês pediu ainda, este mês, a mobilização de "toda a sociedade" de forma a "prevenir e combater a espionagem", e anunciou medidas para "fortalecer a defesa nacional" contra "atividades de serviços de informações estrangeiros".
Em maio, a polícia chinesa fez buscas nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de auditoria norte-americana, a Mintz Group. As autoridades não deram nenhuma explicação, afirmando apenas que as empresas estrangeiras são obrigadas a cumprir a lei.
Estas investigações suscitaram preocupação no setor e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter esclarecido que se tratavam de ações isoladas.