ABAMA ataca “rosário de traições” da GESBA
A gestão da Gesba - Empresa de Gestão do Sector da Banana - voltou a ser atacada esta manhã durante um encontro de bananicultores que decorreu na freguesia da Madalena do Mar que não esconderam o profundo desagrado por aquilo que apelidam de “rosário de traições aos produtores de banana”.
“A própria concepção da Gesba assentou num acto de traição, surgiu quando o governo de então soube que a União Europeia (UE) ia subsidiar a banana da Madeira com mais de 8 milhões de euros, foi argumentado que as cooperativas estavam insolúveis, assustaram os produtores, para depois o alegado salvador assegurar os seus votos” lê-se num comunicado enviado à redacção.
No primeiro ano completo de actividade (2009) “a Gesba comercializou 13.952 toneladas e recebeu, de ajuda da UE, 8,1 milhões de euros (0,58 €/Kg)”, recorda, anexando ao documento uma nota de entrega no qual pretende provar que os produtores receberam 0,67 €/kg pela banana extra; 0,58 €/kg pela de primeira (1ª) e 0,467 €/kg pela de segunda (2ª).
Estes valores representavam o valor da venda mais o subsídio. Assim, nas contas dos dirigentes, “se descontarmos os 0,58 €/kg do subsídio, verificamos que os produtores, como resultado da venda, receberam 0,09 €/kg pela banana extra, zero pela de 1ª, e, pela de 2ª, só uma parte do subsídio foi entregue, tendo, aparentemente, a Gesba se apropriado de 0,113 €/kg”. Ora, concluem, que “por alguma razão o valor do subsídio não consta na nota de entrega”, o que resulta de uma “traição” ou “facada” na carteira dos produtores”, conforme, classificam.
E prosseguem: “Em 2016, o actual presidente do governo permitiu a promulgação da portaria 204/2016 que, na prática, blinda o monopólio da GesBa, impedindo que os produtores se pudessem organizar, criando uma alternativa ao desgoverno da Gesba”, ou seja, mais uma “traição”, apelidam. Além disso, “aprovou legislação que na prática impede que qualquer produtor de banana fora da Gesba tenha acesso ao subsídio da UE”, um acto que no entender da Abama, “é ilegal”.
Criticam o modelo e por nunca terem sido consultados razão pelo qual dizem que são “os produtores de banana têm vindo a pagar, a peso de ouro, a construção de infra-estruturas que não lhes ficam a pertencer e sem a devida compensação. Só 3 custaram 23 milhões de euros”.
Não bastasse criticam a actuação do secretário da agricultura a quem acusam de ter vindo a “colocar uma enormidade de encargos em cima das arcas dos produtores”. O mais emblemático, apontam, “é o Centro de Bananicultura” do Lugar de Baixo, aproveitando para denunciar a entrada de “uma centena de empregos desnecessários”, autêntico “money for the boys”, observam ao rol de ‘farpas’ a este executivo.
Termina o comunicado com um exemplo: “Tudo aponta para que este ano a produção seja um pouco superior à do ano passado, isto é, cerca de 23.500 toneladas. O valor médio de venda ao público irá rondar os 2,47 €/Kg. Assim, a venda da banana irá originar uma receita por volta dos 58 milhões de euros. Tendo em conta a actual tabela de preços e os quantitativos por categoria, os produtores irão receber cerca de 9 milhões de euros. Senhor presidente do governo, quando for pedir o voto aos produtores por favor explique onde vão parar os restantes 49 milhões de euros”.