Educação: podíamos ter feito mais e melhor!
A definição das políticas educativas regionais é da responsabilidade de quem governa a Região. No âmbito da nossa Autonomia, é responsabilidade da tutela definir as estratégias e opções governativas adequadas à realidade educativa e social que carateriza a nossa sociedade, sempre com o objetivo de promover uma melhor qualidade de vida aos cidadãos.
Ao longo dos anos de governação PSD, e agora em coligação com o CDS, sempre se ouviu dizer que o “nosso modelo” educativo (regional) é o melhor! O “nosso sistema de ensino” é o melhor do país! Os nossos “governantes com a tutela de Educação” foram e são do melhor que há no país em matéria de “gestão e administração do nosso modelo/sistema escolar e ensino” - quem o diz, na maioria das vezes, desconhece o “perfil” de alguns deles ou nunca estiveram em debate com os mesmos, para ter o privilégio de lidar com a sua soberba e arrogância! Mas, diz a coligação PSD/CDS que valorizaram os professores (devolvendo-lhes o que lhes era de direito!) através da contagem do tempo de serviço (que estava congelado!). Quando sabemos que aquilo que foi feito não foi mais do que cumprir um dos direitos dos professores: devolver aos professores o que lhes haviam tirado no passado!
Em relação a outras opções governativas em matéria de políticas educativas, não diz a tutela da Educação que é contra a limitação de mandatos dos diretores e presidentes dos conselhos executivos da escola pública, quando 81% dos professores são a favor! Não diz a tutela que o processo de fusão de escolas falhou em algumas situações e que este ano, por ser ano eleitoral, ninguém fala em fusão ou encerramento de escolas! Não diz que, após mais de quatro dezenas de anos de governação PSD, os Censos de 2021 revelaram as falhas no modelo educativo na Região. Ao fim de mais de quatro décadas de Autonomia, a Madeira continua a ser uma Região do País com uma elevada percentagem de pessoas, com 15 ou mais anos de idade, com um grau de escolaridade de 4 a 9 anos. São exatamente 40,5% da população em idade ativa, perfazendo um total superior a 75 mil habitantes, com o seguinte registo: com apenas 4 anos de escolaridade (24,3%), até 9 anos (16,2%). Apenas 22,5% concluíram o 12º ano e 16,5% têm formação superior. Existem, ainda, 10.433 madeirenses que não têm qualquer grau de ensino, o que pode ser considerada população analfabeta.
Face a estes dados, verificamos que poderíamos ter feito mais e melhor em matéria de Educação! Que, ao longo dos anos, se optou por satisfazer alguns lobbies ou interesses instalados em áreas económicas (de todos conhecidas!) em detrimento de uma aposta forte no Ensino, na Educação e Formação do nosso Povo.