A vindima Proporciona Sempre Dividendos
Quando alguém aborda o tema política a maioria dos portugueses e os madeirenses em especial, ficam logo indignados. São todos iguais, é tudo farinha do mesmo saco, uma cambada de corruptos, só querem é roubar e uma enormidade de adjetivos que toda a gente conhece. Quando se questiona o que é para o cidadão comum democracia; é votar, é eleger os governantes, é a forma livre de eleger quem nos governa, enfim várias respostas, mas quanto à definição exata, dificilmente encontramos a resposta certa na maioria do cidadão comum. Mas afinal: O poder do povo que define realmente democracia: Democracia é um regime político em que os cidadãos no aspeto dos seus direitos políticos participam igualmente-diretamente ou através de representantes por si eleitos, na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Quem compõe a democracia? São os partidos políticos que sob as suas diferentes ideologias, compõem uma opção alternativa aos eleitores. Se assim é, porque razão se mantém um determinado partido eternamente no poder, quando a população vive na sua maioria, descontente, desiludida, desolada, incapaz de se superar e onde os que dominam o poder subjugam essa maioria com arrogância, ostentação e vaidade. Afinal existe ou não democracia na R.A. da Madeira? As pessoas acham que sim, mas existe quase metade dos eleitores que na hora de votar duvidam ou já não acreditam em nada neste modelo de democracia e pura e simplesmente não votam. São os 44,5% de abstencionistas registados nas pretéritas eleições de 2019. Dos restantes, 39,5% votou no partido mais votado, quase 36% no que ficou em segundo lugar e 5% nos dois seguintes, daí saiu num acordo pós eleitoral uma coligação que elegeu um governo para estes últimos 4 anos que estão a findar. Continua a haver uma maioria dos que não votam a serem o desequilíbrio do que poderia ser uma alternativa a um futuro governo da região, mas que teimosamente acham que a abstenção é uma forma de protesto para manifestar a seu desagrado, desilusão e o descontentamento do que de negativo tiveram nos últimos 4 anos de governação. Mas afinal, se ganham sempre os mesmos, é porque esses acomodados no seu (pedestal) votam para não perderem os tachos e as benesses para as quais se empenham em lutar, já que as promessas, essas voltam a cada quatro anos. É caso para dizer: que continuam a consumir o mesmo Produto Sem Demanda e os que acham que podem mudar de marca, com o medo de serem intoxicados preferem manter o prognóstico de Previsão Sem Diagnóstico, do que tomar um verdadeiro antibiótico contra o medo para se encherem de coragem e mudar definitivamente o rumo desta Podre e Sóbria Democracia.. Compreendo que ninguém gosta de ser dum clube que não ganha, pois é gratificante no dia seguinte comemorar uma vitória em vez de ter de digerir mais uma derrota. Perguntem aos Maritimistas se ficaram contentes com o desfecho do seu clube? Eu também não, mas futebol é uma coisa e política que mexe com o nosso bolso e o nosso dia a dia é outra coisa, E porque na hora de votar, afinal ninguém vê onde eu vou colocar a sua cruz! Não sejamos fanáticos do clube (Partido) ganhador só pelo facto de comemorar vitórias no dia seguinte mesmo que isso nos custe mais 4 anos de indignação, seria quase masoquismo e ser cúmplice da nossa própria miséria, mas são os Protagonistas Sempre Presentes que metem ao bolsa o dinheirinho dos impostos fruto do nosso trabalho. Chega a altura de espremer as uvas, esperemos que neste período da colheita (de votos) a vindima seja Produtiva Sempre e menos Desastrosa.
A.J. Ferreira