Grupo afiliado à Al-Qaida reivindica ataque no sudoeste do Níger
O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (Jnim, em árabe), leal à Al-Qaida, reivindicou hoje a autoria do ataque que vitimou 17 militares no Níger na quarta-feira, na região ocidental de Tilabéri.
Numa breve nota emitida através da sua central de propaganda Az-Zallaqa, citada pela agência Efe, o Jnim informou que os seus membros apropriaram-se, nessa operação, de quatro veículos e de um significativo arsenal de armas e munições, incluindo 22 espingardas de assalto Kalashnikov.
Nas últimas semanas, a região de Tillabéri, situada na zona das três fronteiras - Mali, Burkina Faso e Benim - tem sofrido um aumento da insegurança, com ataques aleatórios contra militares e civis, agravando a crise política que se avoluma desde o golpe de Estado de 26 de julho.
A União Europeia e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o ataque, apelando à junta para devolver o poder ao Presidente deposto, Mohamed Bazoum.
Todos os esforços devem estar concentrados na manutenção da segurança do país, "que se tornou mais frágil desde a tentativa de golpe", disse a CEDEAO.
Na rede social X (antigo Twitter), o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também criticou o ataque, escrevendo que "a UE condena veementemente os ataques perpetrados por grupos armados que causaram a morte de pelo menos 17 soldados nigerinos".
Borrell acrescentou que o "restabelecimento da ordem constitucional" é a "única maneira de restabelecer a segurança de um país muito enfraquecido por uma tentativa de golpe de Estado".
O Níger enfrenta uma situação cada vez mais precária, com a instabilidade político-social a agravar a de segurança, uma vez que há milícias que são ramificações de grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaida.
O país é o quarto na África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.