Governo argentino pede perdão a eleitores após extrema-direita vencer primárias
O Governo da Argentina pediu hoje desculpa aos eleitores, após a vitória da extrema-direita e o seu terceiro lugar nas eleições primárias de domingo, destinadas à escolha dos candidatos presidenciais para as eleições gerais de outubro.
Depois de Javier Milei, líder da força A Liberdade Avança, ter obtido 30% dos votos, de Patricia Bullrich, da coligação de direita Juntos pela Mudança, ter obtido 28% e da coligação 'peronista' no poder, União pela Pátria, liderada por Sergio Massa, ter alcançado 27%, o Governo admitiu que muitos eleitores expressaram a "sua raiva" com os "momentos difíceis" que vivem.
"Muito sentiram que o Governo terá feito algo específico nas suas vidas que não os permite irem rumo ao futuro que desejam. A eles, pedimos desculpa por não terem chegado ao lugar que desejavam para as suas vidas", afirmou a porta-voz da Presidência da República argentina, Gabriela Cerrutti, em conferência de imprensa.
A porta-voz do Presidente argentino, Alberto Fernández, reconheceu ainda que um número significativo de cidadãos decidiu expressar nas urnas a sua frustração e a convicção de "o rumo do país está errado", tendo prometido trabalhar para entender os motivos do resultado eleitoral, até porque, a seu ver, "não começam e terminam na votação".
Admirador do ex-Presidente dos EUA Donald Trump, o candidato mais votado nas primárias defende que o Banco Central da Argentina deve ser abolido, acha que a mudança climática é uma mentira, caracteriza a educação sexual como uma manobra para destruir a família, acredita que a venda de órgãos humanos deve ser legal e quer tornar mais fácil a posse de armas de fogo.