“É perigoso nada fazer contra a falta de autonomia que ainda vigora”, diz ADN
Ontem, ao final do dia, todos os 13 partidos candidatos à Eleição da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira de 2023 receberam uma mensagem a informar que hoje, dia 17 de Agosto, entre as 15h e as 16h30, estaria em exposição nas instalações do Ministério da Administração Interna, em Lisboa, o espécime do boletim de voto das eleições da RAM para aprovação.
O partido ADN, que esta manhã remeteu um comunicado às redacções, considera que esta situação é mais uma prova de que as regiões autónomas continuam a ser marginalizadas pelo poder político nacional e por todos os partidos, sem excepção, que não combatem verdadeiramente a discriminação regional que ainda persiste em Portugal.
“São nestas pequenas questões que se percebe o quanto é perigoso nada fazer contra a falta de autonomia que ainda vigora, pois todos os partidos continuam mais empenhados em ‘parecer do que em ser’, seja porque se subjugam aos interesses das direcções nacionais dos partidos, seja porque temem que o Tribunal Constitucional os extinga devido à sua matriz regionalista, em vez de lutarem contra toda e qualquer situação que humilhe a nossa autonomia”, afirma Miguel Pita, candidato do partido ADN às eleições regionais da Madeira.
E continua: “É inadmissível que os partidos que concorrem às eleições regionais tenham de depender das direcções nacionais, em Lisboa, para ir verificar um boletim de voto relativo às nossas eleições regionais, isto é desrespeitar a nossa Autonomia e, consequentemente, todos os madeirenses e porto-santenses”, defende Miguel Pita.
“Vemos muitas vezes o Presidente do Governo Regional a reclamar da falta de autonomia para coisas que considera relevantes, mas depois nada faz para combater uma situação como esta, que deveria ter uma resposta à altura! Ou seja, se nem o espécimen do boletim de voto para Eleição da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira o Governo Regional consegue que seja exposto para aprovação aqui na região, como querem que acreditemos que luta de verdade pela autonomia da Madeira ao nível dos impostos, da segurança pública ou de qualquer outra situação do dia-a-dia de todos os madeirenses e porto-santenses?”, reclama Miguel Pita.
Na nota enviada, questionam também qual a necessidade de continuar a existir a figura supérflua e ineficaz do representante da República na Madeira, que apenas serve para gastar dinheiros públicos que poderiam servir a melhorar a qualidade de vida dos madeirense e porto-santenses e nada faz pela nossa Autonomia. “Qual a razão para não podermos ir verificar o boletim de voto ao Palácio de São Lourenço, visto ser o local onde ele, supostamente, deveria estar a trabalhar? Fica provado que os Madeirenses e Porto-Santenses nem no boletim de voto têm autonomia!”, conclui Miguel Pita.