Fact Check Madeira

É a primeira vez que alguém se perde ou fica desorientado nos trilhos da ilha do Porto Santo?

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“Turista perdeu-se no Porto Santo e pediu socorro aos bombeiros”. Este foi título da notícia que despertou curiosidade entre os leitores. Tratava-se de uma cidadã brasileira, de 29 anos, que na véspera de Nossa Senhora da Graça, quando percorria a área do “Pico do Facho”, acabou por ficar desorientada, solicitando ajuda à corporação, acrescentava ainda o dnoticias.pt, naturalmente sustentada em informações divulgadas pelas autoridades locais. 

Entretanto, ao DIÁRIO, chegaram diversos comentários unânimes de que é “impossível” acontecer uma situação deste género no Porto Santo justamente porque “ninguém se perde” na ilha por ser pequena, tanto que assim que o registo da ocorrência deveria ser considerado “histórico”, conforme sugeriu o Leitor, Vítor Mauro Santos. 

Mas será mesmo assim? Foi um facto histórico? Terá sido a primeira vez que uma turista ficou desorientada quando percorre um dos vários trilhos no Porto Santo pedindo ajuda aos bombeiros?

Batemos à ‘porta’ do comandante da corporação. Durante o contacto, Carlos Drumond começou por revelar que naquele preciso momento dois bombeiros tinham acabado de sair do quartel para poder socorrer uma cidadã estrangeira, uma sexagenária, que se encontrava no interior de um trilho “desorientada e incapaz de sair de onde estava”, de resto, instantes depois a jornalista Andreína Ferreira dava conta na secção dos Casos do Dia.

Portanto, em dois dias, os bombeiros da localidade registavam a segunda ocorrência do género, o que fez despertar ainda mais a curiosidade aproveitando para questionar o comandante: é frequente este tipo de situação, questionamos. “Já vai acontecendo e temos vindo a ser solicitados com mais frequência para estes serviços”, respondia.

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O oficial explica que estes episódios têm acontecido porque as pessoas em causa aventuram-se “sozinhas nos trilhos e depois não sabem regressar” ou porque “magoam-se durante o percurso ou porque não levam o calçado apropriado”, daí que aconselhe que se evite fazer caminhadas sem estar devidamente equipado e com alguns mantimentos, especialmente água. 

“O que notamos é que as pessoas não se preparam para fazer as caminhadas. Já encontrei pessoas de chinelos, claro que quando encontram um trajecto de grau superior não conseguem ultrapassar os obstáculos”, acrescenta.

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Quanto às pessoas que ficam surpreendidas porque é “impossível” se perder no Porto Santo, eis a resposta: “As pessoas que têm essa percepção são pessoas que conhecem bem o Porto Santo ou, que pelo menos, julgam conhecer”. 

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É a primeira vez que alguém se perde ou fica desorientado nos trilhos da ilha do Porto Santo?