Mais um tiro no pé de Sérgio Gonçalves
Mais um dia, mais um “tiro no pé”. Esta é, infelizmente, a sina de um PS da Madeira que se deveria impor como alternativa credível de oposição e não cair no desespero causado pelas sondagens que lhe são (muito) negativas.
É a chamada atracção pelo abismo, reforçada pelos olhares de esguelha que dão ao crescimento de outros partidos de oposição, como o Chega ou o Iniciativa Liberal ou até ao JPP, outrora o partido dos irmãos Sousa, agora não se sabe bem o quê….
Então não é que numa campanha desastrosa, amorfa, sem chama, Sérgio Gonçalves não resistiu à tentação de ceder ao populismo e criticar aquilo que não teria razão para criticar: então o Governo, o PSD/CDS é que são culpados pelo ciberataque ao SESARAM?! Então o Governo e o CDS/PP é que deveriam ter tomado medidas que garantissem que o nosso Serviço Regional de Saúde fosse atacado informaticamente, quando em todo o mundo, até nos Estados Unidos, sucedem-se os ataques, com sucesso, a hospitais, laboratórios e similaes?!
Até podemos tentar perceber a tentação de tentar aproveitar este ciberataque para fazer, demagogicamente, política, para tentar esgrimir uma arma eleitoral a pouco mais de um mês das eleições regionais. Mas, mandava a prudência que se informasse bem do que vem acontecendo no território nacional, governado por António Costa, que tão cegamente e submissamente segue.
Se tivesse tido esse cuidado, saberia que, nos últimos tempos, e só de memória, o hospital Garcia d’Orta, os laboratórios Germano de Sousa, a CUF e a Fundação Champalimaud foram atacados. E o Governo da República, no caso das instituições públicas, não foi, e bem, culpado, nem acusado, a não ser pelos habituais partidos “popularuchos”.
Porque se tratavam de crimes, que, como tal, foram investigados.
Ou saberia que, segundo um dos mais prestigiados organismos norte-americanos, o IC3, o sector da Saúde tem tido o mais atacado em todo o mundo ocidental, inclusive em grandes hospitais, equipados com os mais inovadores sistemas, que se revelaram insuficientes face a tanto ataque.
O que se esperava, pois, era que Sérgio Gonçalves fizesse o que Miguel Albuquerque fez: questionado sobre o tema sublinhou não pactuar com chantagens (era o que falta ceder-se às ameaças de criminosos, abrindo-se caminho a futuros ataques, na smais variadas áreas) e criticou o aproveitamento político que alguns partidos pretenderam fazer, lembrando que o caso está a ser investigado pela PJ e que quaisquer comentários podem ser prejudiciais a essa mesma investigação.
Um bom político é aquele que sabe ler os sinais, que sabe evitar populismos e cair em chavões fáceis. Um bom político é, salta à vista de todos, aquilo que Sérgio Gonçalves não é.
Ângelo Silva